Buscas do FBI em casa de Trump relacionadas com documentos oficiais
As buscas realizadas na residência de Donald Trump em Mar-a-Lago (Florida) estão relacionadas com uma investigação sobre documentos oficiais que terão sido levados para a propriedade do ex-presidente, noticiaram hoje os meios de comunicação norte-americanos.
As buscas realizadas na residência de Donald Trump em Mar-a-Lago (Florida) estão relacionadas com uma investigação sobre documentos oficiais que terão sido levados para a propriedade do ex-presidente, noticiaram hoje os meios de comunicação norte-americanos.
Citando fontes conhecedoras do processo, que não identificam, a Fox News, a CNN ou a agência AP noticiaram que os agentes do FBI (a polícia federal) recuperaram várias caixas com documentos na residência de Trump, que foi Presidente dos Estados Unidos entre 2017 e 2021.
Trump não se encontrava em Mar-a-Lago na altura da busca, segundo o jornal The New York Times.
Uma das fontes citadas disse ao canal CBS News que os serviços secretos foram notificados pouco antes de o mandado de busca ser executado para que os agentes que protegem o ex-presidente republicano soubessem da chegada do FBI. O FBI e o Departamento de Justiça não comentaram a busca e a Casa Branca disse que não foi previamente informada.
O próprio Donald Trump anunciou a realização da busca num comunicado que divulgou ainda na segunda-feira. “Estes são dias sombrios para a nossa nação, a minha bela casa, Mar-a-Lago em Palm Beach, Florida, está sitiada e foi invadida e ocupada por numerosos agentes do FBI”, disse Trump num comunicado, afirmando ser vítima de “perseguição política”.
Trump, com 76 anos, poderá candidatar-se à Casa Branca pelo Partido Republicano em 2024, depois de ter perdido a reeleição para um segundo mandato para Joe Biden, em 2020, resultado que nunca aceitou. “Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais relevantes, esta busca sem aviso prévio da minha casa não foi nem necessária nem apropriada”, disse Trump. “Eles até arrombaram o meu cofre”, denunciou.
A advogada do ex-presidente, Christina Bobb, disse à NBC News que o FBI apreendeu alguns documentos durante a busca. Imagens aéreas de Mar-a-Lago mostraram carros da polícia fora da propriedade. Depois de Trump ter divulgado o comunicado, algumas dezenas dos seus apoiantes manifestaram-lhe apoio no exterior de Mar-a-Lago. Um dos apoiantes ouvidos pela Fox News, um canal televisivo pró-republicano, disse que o Departamento de Justiça estava a “tentar criar algum tipo de acusação” para evitar que Trump concorra às presidenciais.
O líder dos conservadores na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, citado pela AFP, apontou o que considera uma “instrumentalização política intolerável” do Departamento de Justiça. McCarthy prometeu uma investigação sobre o funcionamento do Departamento de Justiça quando os republicanos regressarem ao poder. “Usar o poder do governo para perseguir os opositores políticos é algo que já vimos muitas vezes de ditaduras marxistas do terceiro mundo”, escreveu o senador republicano Marco Rubio na rede social Twetter, citado pela BBC.
Os presidentes dos Estados Unidos são obrigados pela Lei dos Registos Presidenciais a transferir todas as suas cartas, documentos de trabalho e correio eletrónico para os Arquivos Nacionais.
Em fevereiro, a agência que gere os Arquivos Nacionais disse que tinha de recuperar na Florida 15 caixas de documentos que Trump alegadamente levou consigo quando deixou Washington em janeiro de 2021. Entre os documentos estarão cartas do ex-presidente Barack Obama e do líder norte-coreano, Kim Jong-un, mas também vários documentos marcados como “informação classificada de segurança nacional”, de acordo com o jornal Washington Post.
Trump tem sido alvo de várias suspeitas desde que deixou a Casa Branca e uma comissão parlamentar está a tentar esclarecer o papel que desempenhou no assalto ao Capitólio, em 06 de janeiro de 2021. Nesse dia, centenas dos seus apoiantes causaram violência e caos no interior do edifício do Congresso, em Washington, atrasando a certificação da vitória presidencial de Joe Biden. O Departamento de Justiça está a investigar o ataque, mas não apresentou queixa contra o ex-presidente.
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