Catarina Martins espera «mais do que um acordo de mínimos» no país em 2019

A líder do BE, Catarina Martins, disse esperar que, na próxima legislatura, «o país esteja preparado para muito mais do que acordos de mínimos»

Catarina Martins espera «mais do que um acordo de mínimos» no país em 2019

A líder do BE, Catarina Martins, disse esperar que, na próxima legislatura, “o país esteja preparado para muito mais do que acordos de mínimos”, o que permitiria, a seu ver, “medir a força” das propostas bloquistas.

“Espero que depois desta legislatura o país esteja preparado para muito mais do que acordos de mínimos”, afirmou Catarina Martins em entrevista ao Diário de Notícias/TSF, hoje divulgada, quando questionada sobre a possibilidade de um acordo semelhante ao feito em 2015 entre o PS (com maioria), o BE e o PCP.

A bloquista notou que este foi “um acordo de mínimos para parar o empobrecimento em Portugal ou seja, recuperar rendimentos que tinham sido muito atacados, para o processo de privatizações, segurar o país”, para o qual o BE foi “pressionado por condições muito específicas”.

“Não é um acordo sobre uma mudança estrutural, porque o PS faz parte do consenso europeu com o PSD e o CDS, e nem o BE tem votos para fazer uma mudança estrutural da economia nem o PCP”, acrescentou.

Por isso, defendeu a alteração do paradigma: “É termos programas e apresentarmo-nos com eles aos eleitores e medindo a força das nossas propostas que depois se pode compreender qual é a relação de forças que existe na política e fazer o que for necessário e que vale a pena do ponto de vista político pelas condições concretas de vida no país”.

Falando sobre o Orçamento do Estado para 2018, Catarina Martins vincou que o documento deverá ser alterado para permitir que “as cativações sejam um instrumento de gestão do Governo para garantir a solidez das contas públicas ao longo do ano” e não “um instrumento de gestão que desvirtue o acordo que foi feito sobre a despesa no investimento público”.

A responsável destacou também a necessidade de “resolver a questão do corte de 10% no subsídio de desemprego”, partilhando a ideia do Provedor de Justiça, que alertou o Parlamento para um “ataque aos direitos dos desempregados que não podia continuar”.

Já quanto à questão dos recibos verdes, sustentou na entrevista que, da forma como está previsto, o regime simplificado para é “uma ótima forma de aumentar a economia informal e portanto, a fraude e a evasão fiscal”, nomeadamente em áreas como o alojamento local e a restauração.

“O regime, tal como está, prevê uma dedução à cabeça sobre os rendimentos que presume despesa, mas as pessoas não têm de provar que tiveram a despesa”, observou, sublinhando que “é importante alterar isso”.

Outro dos assuntos em cima da mesa foi a atuação do Presidente da República sobre os incêndios de julho e outubro na região Centro, com Catarina Martins a considerar que “o Presidente da República compreendeu que havia uma população em absoluto estado de choque com o que se passou e a precisar de proximidade”.

A bloquista recusou, por isso, qualquer choque com o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, que gerou polémica: “O discurso não é exatamente o mesmo que estar perto das populações. Não fiquei chocada porque seria o discurso que se esperaria do Presidente naquele contexto, julgo eu. Quem tem acompanhado a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa não ficará chocado”.

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