Chefe das forças de defesa timorenses pede mais meios técnicos e humanos
O comandante das forças de Defesa timorenses apelou hoje aos líderes políticos para que estudem um reforço dos meios técnicos e humanos da instituição, procurando fortalecer a sua capacidade de resposta, inclusive na proteção do mar.
O comandante das forças de Defesa timorenses apelou hoje aos líderes políticos para que estudem um reforço dos meios técnicos e humanos da instituição, procurando fortalecer a sua capacidade de resposta, inclusive na proteção do mar.
As forças de Defesa timorenses debatem-se com “várias deficiências, dificuldades e problemas, especialmente ao nível de recursos humanos” que necessitam de maior capacitação, disse o major-general Lere Anan Timur.
“Situações dramáticas e miseráveis”
Pediu ainda maiores apoios para quem se reforma da carreira militar, muitos dos quais vieram da resistência à ocupação indonésia e vivem agora “situações dramáticas e miseráveis” que justificam mais assistência. O major-general Lere Anan Timur, chefe do Estado-Maior General das forças de defesa (F-FDLT), aproveitou a primeira visita à instituição do Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, (que tomou posse a 20 de maio) para deixar vários apelos.
A visita foi acompanhada pelos principais responsáveis das F-FDTL e ainda pelo primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo, e pelo ministro da Defesa, Cirilo Cristóvão. Os presentes ouviram várias intervenções sobre o novo conceito estratégico de defesa nacional, sobre a situação em que se encontram as F-FDTL e as perspetivas para os próximos anos.
Para Lere é vital capacitar os recursos humanos para fortalecer o profissionalismo da instituição “que não implica apenas saber fazer continência ou tratar do uniforme”, mas é “um conceito mais vasto que é essencial para o fortalecimento” das F-FDTL. Ao mesmo tempo, disse, fortalecer os meios técnicos, materiais e humanos de que dispõe a força – por exemplo para garantir melhor capacidade no ar e no mar – é essencial para proteger a soberania nacional, disse Lere.
“Apelo aos líderes políticos para que reforcem mais as condições. Precisões de mais condições e a prioridade são os recursos humanos. E precisamos de formação em nacionalismo e patriotismo”, afirmou ainda.
No caso da língua defendeu mais investimento no ensino do português com uma inversão da situação em que os doadores, como Portugal, investem mais do que Timor, contratando mais professores para garantir que se fale cada vez mais a língua oficial. Aos jovens, Lere disse que a capacidade de liderança “não depende só de um curso”, mas vem “de ter capacidade de viver e ultrapassar situações difíceis” pelo que devem evitar-se “mentalidades de egoísmo, ambição e arrogância” face aos mais velhos.
“A geração mais velha tem um papel importantíssimo no desenvolvimento do país”, recordou.
Durante a visita, o chefe de Estado timorense teve oportunidade de conhecer o ponto da situação das F-FDTL que é atualmente integrada por 2.198 efetivos, dos quais 302 oficiais, 608 sargentos e 1.288 praças. O objetivo, explicou o coronel Falur Rate Laek, chefe do Estado Maior das Forças Armadas, é que até 2020 esse número total cresça para 3.600.
Os efetivos continuam a beneficiar de formação dada quer em Timor-Leste quer nos países, entre eles Portugal, estando em vigor vários acordos de assistência técnica. Atualmente estão em cursos internos 269 efetivos e em formação em vários países 39 elementos das F-FDTL, dos quais seis em Portugal.
Falur Rate Laek deu conta da situação deficitária e com carência de manutenção em que se encontram as infraestruturas militares, com capacidade limitada de transporte tático e administrativo, de equipamento para as unidades de engenharia e saúde e capacidade limitada de comunicações.
O aumento de atividade operacional e de formação implica mais desgaste e mais gastos, sendo que, por exemplo, a maior parte das viaturas já requerem elevados custos de manutenção.
As F-FDTL tem para este ano um orçamento total de 20,76 milhões de dólares (cerca de 18,5 milhões de euros), ligeiramente mais do que os 19,17 milhões do ano passado, mas esse valor inclui cerca de 3,5 milhões para operacionais adicionais, associados às eleições. Metade do orçamento, cerca de 8,26 milhões vão para salários e vencimentos e nove milhões para bens e serviços.
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