Conselheira das comunidades em Macau nega envolvimento em fraude de 13,8 ME
A conselheira da comunidade portuguesa pelo círculo da China Rita Santos negou qualquer envolvimento numa alegada fraude ligada a uma empresa com operações em Macau, da qual é diretora independente não executiva.
Num comunicado enviado na quinta-feira à imprensa, Santos sublinhou que é “meramente uma dos três diretores independentes não executivos” do Grupo Wai Hong, listado na bolsa de valores de Hong Kong.
A dirigente garantiu que só na quinta-feira, numa reunião da direção do Wai Hong, através de videoconferência, teve conhecimento de que a empresa tinha sido alvo de uma operação conjunta das autoridades de Hong Kong e Macau.
“Não tenho nada a ver com esta investigação”, referiu Santos.
Também na quinta-feira, num outro comunicado, o Wai Hong negou notícias, publicadas em Macau, da alegada detenção de Santos e de um outro diretor independente não executivo, Eddie Wu Chou Kit.
A empresa garantiu que nem Santos nem Eddie Wu, deputado e presidente da Associação dos Engenheiros de Macau, “têm qualquer envolvimento no assunto em causa e que nenhum deles enfrentou uma investigação ou detenção por parte das forças de segurança”.
O Wai Hong acrescentou que, antes da reunião, nenhum dos diretores independentes “tinha conhecimento de quaisquer ações relativas à investigação e detenção” do presidente da empresa, Li Kam-hung, e do diretor executivo, Yu Ming-ho.
Na quarta-feira, a Comissão Independente Contra a Corrupção (ICAC, na sigla em inglês) de Hong Kong anunciou ter detido sete suspeitos de uma fraude no valor de 120 milhões de dólares de Hong Kong (13,8 milhões de euros).
Num comunicado, a ICAC disse que os sete estariam alegadamente envolvidos em transações fictícias e na falsificação de documentos comerciais e registos contabilísticos.
A comissão acrescentou que o objetivo era “esconder a apropriação de mais de nove milhões de dólares de Hong Kong [1,04 milhões de euros] em fundos do grupo”.
Esta foi a primeira operação realizada de forma conjunta com as autoridades de Macau, com o envolvimento do regulador da bolsa de valores de Hong Kong e da Polícia Judiciária (PJ) de Macau, sublinhou a ICAC.
A operação incluiu buscas em seis locais, na segunda e terça-feira, sendo que a PJ realizou buscas em Macau “para revistar locais relevantes e entrevistar os indivíduos envolvidos”, de acordo com o comunicado.
De acordo com documentos do Wai Hong, o grupo dedicava-se sobretudo a trabalho de renovação do interior de salas de jogo VIP em casino, assim como de lojas e restaurantes em Macau.
Rita Santos, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, foi reeleita em novembro como conselheira das comunidades portuguesas pelo círculo da China.
O Conselho das Comunidades Portuguesas é o órgão consultivo do Governo para as políticas relativas à emigração e às comunidades portuguesas no estrangeiro.
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By Impala News / Lusa
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