Covid-19: Costa quer desempregados do turismo reconvertidos para o setor social
António Costa defendeu hoje que os desempregados do turismo, uma área atingida pela crise gerada pela pandemia, podem ser reconvertidos, com formação, como trabalhadores do setor social.
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que os desempregados do turismo, uma das áreas mais atingidas pela crise gerada pela pandemia de covid-19, podem ser reconvertidos, com a formação necessária, como trabalhadores do setor social.
António Costa deixou esta proposta no final da intervenção da cerimónia de assinatura de declaração de compromisso de parceria para Reforço Excecional dos Serviços Sociais e de Saúde e lançamento do programa PARES 3.0, que decorreu esta tarde no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e que contou ainda com a presença da ministra Ana Mendes Godinho.
“Uma palavra final sobre o emprego. Como todos sabemos um dos setores mais atingidos por esta crise económica e que mais duramente vai ser atingido por esta crise económica é, por exemplo, o setor do turismo”, referiu o chefe do executivo socialista.
De acordo com o primeiro-ministro, “muitos dos milhares de pessoas que neste momento estão a perder o emprego no setor do turismo são pessoas que já têm uma formação de base, que já têm uma experiência de cuidado pessoal, de relacionamento pessoal”.
“São um recurso fundamental para, com formação naturalmente, poderem ser facilmente reconvertidas para continuar a trabalhar com pessoas agora nas instituições em que estão associadas nas IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social], nas mutualidades, nas misericórdias ou nas cooperativas”, propôs.
Na perspetiva de António Costa, o momento em que se celebram estes dois acordos é essencial.
“O país sabe que a covid, para além de um enorme drama do ponto de vista sanitário, dos milhares de vidas que já ceifou, da preocupação generalizada que criou na sociedade portuguesa, tem um custo económico e social absolutamente brutal”, avisou.
Segundo o primeiro-ministro, “em poucos meses foram destruídos mais de 100 mil postos de trabalho”.
“Em poucos meses chegámos a ter 800 mil famílias a depender da situação do ‘lay-off’ e só manter o emprego porque o emprego estava a ser apoiado por via do Estado e por elas próprias como uma perda de um terço do seu rendimento”, enumerou.
Depois da fase de emergência, lembrou Costa, o Governo criou o Programa de Estabilização Económica e Social, estes dois programas cujas parcerias foram hoje assinadas.
“Porque nós temos de utilizar com inteligência o pouco dinheiro que temos ao nosso dispor e com cada euro temos de conseguir satisfazer pelos menos três objetivos: combater a recessão económica e reanimar a economia, criar postos de trabalho, reanimar a economia e criar postos de trabalho que sejam socialmente úteis para a sociedade”, defendeu.
O primeiro-ministro não deixou de responder a alguns dos intervenientes que falaram antes, como o caso de Manuel Lemos, União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que pediu a Costa que “no quadro da bazuca europeia” não se esqueça do setor social.
“Eu não vou apontar a bazuca às vossas instituições porque eu não vou disparar sobre as vossas instituições. Agora nós contamos com as vossas instituições para utilizar o poder de fogo da bazuca para podermos continuar a fazer mais e fazermos melhor”, garantiu.
A intervenção de Costa terminou com uma felicitação à ministra Ana Mendes Godinho e a toda a sua equipa “pela forma muito rápida como têm conseguido organizar o conjunto destes programas”.
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