Dijsselbloem tenciona completar mandato à frente do Eurogrupo
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou em Tallin que é sua intenção completar o seu mandato, que expira em meados de janeiro próximo, “sob qualquer circunstância”, mesmo que deixe de ser, entretanto, ministro das Finanças da Holanda.
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou hoje em Tallin que é sua intenção completar o seu mandato, que expira em meados de janeiro próximo, “sob qualquer circunstância”, mesmo que deixe de ser, entretanto, ministro das Finanças da Holanda.
Numa conferência de imprensa durante a reunião informal que assinala a ‘rentrée’ de ministros das Finanças europeus, Dijsselbloem, questionado sobre a possibilidade de abandonar mais cedo a presidência do Eurogrupo dada a previsível tomada de posse, em breve, de um novo Governo (e ministro das Finanças) holandês, referiu que o assunto não foi hoje abordado, “e a razão é que não há motivo para o discutir”.
Depois de gracejar com o jornalista que lhe colocou a questão, afirmando que “pelos vistos tem mais informação sobre a chegada de um novo Governo na Holanda” do que ele próprio, Dijsselbloem revelou então que é sua intenção ficar até final do mandato, com ou sem novo ministro das Finanças holandês.
“Na situação atual sou ainda ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo. E por falar nisso, é minha intenção, sob qualquer circunstância, completar o meu mandato, que vai até meados de janeiro”, declarou.
A questão da sucessão de Dijsselbloem é, no entanto, cada vez mais discutida, e hoje mesmo, à chegada à reunião informal, o ministro Mário Centeno, de quem se tem falado com insistência como forte candidato à sucessão do holandês, admitiu que tem havido “um conjunto de conversas” sobre a possibilidade de se candidatar à presidência do Eurogrupo, e, sem assumir explicitamente essa candidatura, garantiu que Portugal participará ativamente no processo.
“Vamos participar nessa discussão com a maior das tranquilidades, tendo como objetivo trazer para a Europa e para Portugal aquilo que de mais positivo nós conseguimos oferecer, e isso são as nossas ideias, a nossa participação e vamos ser muito ativos nessa matéria”, disse aos jornalistas, à chegada à reunião.
Questionado sobre se tem recebido incentivos dos seus homólogos para se candidatar, limitou-se a dizer que “há um conjunto de conversas”, que tem abordado com enorme tranquilidade, mas também de forma determinada.
“Com enorme tranquilidade, vos asseguro, e com a mesma determinação com que temos abordado as questões económicas, financeiras e sociais, vamos tratar desse assunto tendo como objetivo aquilo que é o sucesso do programa político que temos para Portugal, que acreditamos nele, e que também nessa dimensão tem que ser defendido e valorizado”, declarou.
O Eurogrupo, fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, é presidido desde 2013 por Dijsselbloem, que termina o seu (segundo) mandato à frente do fórum de ministros das Finanças da zona euro em janeiro de 2018.
Na sequência da sua polémica entrevista, em março passado, ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do sul da Europa, que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, o Governo português reclamou a sua demissão do cargo, mas Dijsselbloem recusou abandonar o posto antes do final do seu mandato.
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