Ex-PR sul-africano Zuma hospitalizado pouco antes de julgamento em caso de corrupção
O ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma foi internado hoje num hospital fora do centro prisional de Estcourt, onde cumpre pena de 15 meses de prisão em KwaZulu-Natal, leste do país, anunciou o Governo.
O ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma foi internado hoje num hospital fora do centro prisional de Estcourt, onde cumpre pena de 15 meses de prisão em KwaZulu-Natal, leste do país, anunciou o Governo.
“O Departamento dos Serviços Correcionais pode confirmar que o ex-Presidente, Jacob Zuma, foi admitido hoje 6 de agosto de 2021 num hospital externo para observação médica”, lê-se no comunicado divulgado hoje a que a Lusa teve acesso.
O Departamento sul-africano de Serviços Correcionais confirmou através de um declaração que “o antigo Presidente Jacob Zuma foi hoje, 6 de agosto de 2021, internado num hospital exterior para observação médica”. Zuma, 79 anos, deverá ser presente ao reinício do seu julgamento por corrupção, agendado para 10 de agosto.
“Como ex-presidente, as necessidades de saúde do Sr. Zuma exigem o envolvimento dos Serviços Militares de Saúde da África do Sul. Este tem sido o caso desde a sua admissão nos Serviços Correcionais de Estcourt”, refere o comunicado.
O departamento de Serviços Correcionais da África do Sul acrescenta que “uma observação de rotina originou o internamento do Sr. Zuma”.
A Fundação Jacob Zuma disse hoje na rede social Twitter que o ex-presidente “o primeiro recluso do Tribunal Constitucional, de 79 anos, preso sem julgamento, está a fazer a sua rotina médica anual”. O porta-voz dos Serviços Correcionais, Singabakho Nxumalo, citado pela imprensa local, sublinhou que a comparência de Zuma na audiência em tribunal na próxima terça-feira “dependerá da opinião dos médicos”.
Jacob Zuma, de 79 anos, que insistiu recentemente que uma audiência virtual do seu pedido de apelo judicial seria “uma violação dos seus direitos constitucionais”, deveria comparecer na próxima terça-feira no Tribunal Superior de Pietermaritzburg, capital do KwaZulu-Natal, no âmbito das acusações que enfrenta na Justiça relacionadas com o negócio de aquisição de armamento, em 1999, com a empresa francesa Thales.
Na quarta-feira, o juiz do Tribunal Superior de Pietermaritzburg, Piet Koen, decidiu que o requerimento de Jacob Zuma contra o procurador público, o advogado Billy Downer, fosse ouvido presencialmente em audiência pública no tribunal.
Em 20 de julho, o juiz anunciou o adiamento do julgamento de Jacob Zuma para 10 de agosto de 2021 para ouvir o pedido especial apresentado pela defesa do antigo chefe de Estado.
A 22 de julho, Zuma foi autorizado a sair do estabelecimento prisional para participar no funeral de um irmão mais novo, Michael Zuma, que se realizou em Nkandla.
Zuma enfrenta acusações de fraude, corrupção e extorsão num caso de alegado suborno, com 20 anos, que envolve o fabricante de armas françês, Thales.
Zuma, que foi Presidente entre 2009 e 2018 enfrenta 18 acusações relacionadas com o caso, incluindo fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão, relacionadas com a compra de equipamento militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999, quando era vice-Presidente do país. O fabricante francês do setor da Defesa enfrenta também acusações de corrupção e branqueamento de capitais. Tanto Zuma, como o grupo Thales sempre negaram as acusações.
A cidade litoral de Pietermaritzburg, onde decorrerá o julgamento, foi uma das cidades mais atingidas pela recente onda de saques e violência que eclodiu após a prisão de Zuma e que provocaram mais de 350 mortos.
Cerca de uma centena de negócios de grandes empresários portugueses, incluindo filhos de madeirenses, no setor alimentar e de bebidas, foram saqueados e vandalizados.
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