IL considera que pasta de Maria Luís Albuquerque é boa mas sem peso político
O presidente da Iniciativa Liberal considerou hoje que a pasta de Serviços Financeiros atribuída à comissária portuguesa, Maria Luís Albuquerque, não tem um “enorme peso político”, mas é boa e adequada à sua personalidade.
“Diria que esta pasta que foi atribuída a Maria Luís Albuquerque não é a ‘Champions’ das pastas. É uma pasta importante seguramente, mas de segunda linha e, portanto, ali num segundo pelotão de importância das pastas”, afirmou Rui Rocha em declarações aos jornalistas após ter-se reunido com a direção do Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, no âmbito das jornadas parlamentares da Iniciativa Liberal (IL).
Rui Rocha considerou que a pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento é “coerente com o perfil de Maria Luís Albuquerque, porque se trata de um perfil sobretudo tecnocrático”, mas “não tem um peso político determinante”.
“Não tem a pasta do alargamento, não tem as principais pastas económicas. Diria que é uma escolha razoável e adequada face ao perfil da candidata que Portugal apresentou à Comissão. Portanto, parece-ma uma boa pasta, não com enorme peso político, e adequada ao perfil da pessoa em causa”, disse.
Questionado sobre que prioridades é que Maria Luís Albuquerque deveria ter nesta pasta, Rui Rocha defendeu que é importante que “tudo o que tenha a ver com a existência de mecanismos e contextos que permitam uma maior concorrência dos serviços financeiros, a nível da União Europeia (UE)”, assim como “mais transparência e informação aos cidadãos.
“Nós, em Portugal, vimos há relativamente pouco tempo como as propostas de poupança dos bancos não eram competitivas, e houve um momento em que isso foi muito sublinhado. Eu creio que tudo o que seja fomentar a transparência e coerência nessa matéria, faz bem à UE e aos seus cidadãos”, frisou.
Já interrogado se considera que Maria Luís Albuquerque terá um espírito reformista que a IL tem reclamado, Rui Rocha considerou que a pasta que irá assumir não tem “um peso que vá permitir fazer coisas diferenciadas”.
“Portanto, eu creio que será menos possível com uma pasta que é sobretudo tecnocrática fazer transformações muito relevantes na UE e, portanto, o que eu espero é que esta Comissão Europeia possa ter essa ambição e energia”, disse.
O líder da IL recordou que, na semana passada, o ex-primeiro-ministro italiano e antigo presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mário Draghi apresentou um relatório “que traça um perfil de estagnação e de enorme dificuldade da UE” em acompanhar desafios como a inovação ou a energia.
“Portanto, mais do que pensar que Maria Luís Albuquerque, com esta pasta na Comissão, será capaz de o fazer, o que eu desejo é que a Comissão, no seu conjunto, tenha essa energia reformista e seja capaz de afrontar essas limitações e essa visão estagnada da Europa”, afirmou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs hoje a atribuição da pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento à comissária nomeada por Portugal, Maria Luís Albuquerque, segundo a sua proposta de equipa.
“Maria Luís Albuquerque será a comissária europeia para os Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento e isso será vital para completar a nossa União do Mercado de Capitais e para aumentar as nossas poupanças e o nosso investimento”, divulgou Ursula von der Leyen em conferência de imprensa à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.
TA (ANE) // ACL
By Impala News / Lusa
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