Isaltino Morais em entrevista: “Sei o que é não ter auto-estima e ser desprezado”
De regresso ao panorama político com a candidatura à Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais foi entrevistado na TVI 24 por Judite Sousa
Isaltino Morais foi entrevistado por Judite Sousa, este sábado, dia 8, sobre a candidatura às próximas eleições autárquicas, a realizar em Outubro.
O candidato independente à Câmara Municipal de Oeiras foi convidado a abordar temas como a sua posição política e a detenção em 2013. Para além disso, Isaltino Morais falou sobre algumas ideias para o concelho, assim como do estado actual do seu antigo partido – o PSD – e do País.
Questionado acerca dos crimes de que foi condenado, Isaltino Morais não hesitou em afirmar que foi “condenado por mera convicção [dos tribunais]”, pois “quem fez uma boa leitura do processo, não entende porque fui preso”. O candidato afirmou que a sua questão judicial nada não teve a ver com dinheiros públicos, levando a que “todas as contas da Câmara foram vasculhadas” perto do final do seu mandato, em 2009.
Já sobre o tempo que esteve preso, o político disse: “Estive lá 14 meses injustamente” e confessou saber “o que é não ter auto-estima e ser desprezado”, fazendo referência ao livro que escreveu sobre esse período, intitulado A Minha Prisão.
“Não me sinto um candidato dinossauro”
Sobre a sua nova candidatura a um lugar que tão bem afirma conhecer, Isaltino Morais declarou que não se sente um candidato “dinossauro”, referindo que “o importante é a visão que temos para o território”, como também “fazer um programa eleitoral para os próximos 15, 20 anos”.
Ostentando que “os bons cidadãos querem que me candidate”, Isaltino Morais aproveitou o tempo de antena para prometer ao concelho de Oeiras uma reposição do sistema de transportes públicos e inovações na mobilidade. Criticando o uso dos dinheiros públicos na construção do novo pólo da Universidade Nova de Lisboa, em Carcavelos, o candidato garantiu ainda que a política vai continuar bem ligada à educação, continuando a haver melhores alunos e formação.
No final da entrevista, Isaltino Morais foi interpelado sobre o partido que outrora foi militante, o PSD. O candidato mostrou-se indiferente por não ter o apoio dos sociais-democratas pois deixou o partido “há 14 anos”. Isaltino afirmou também que só considera um regresso ao PSD caso ocorra uma mudança de líder. Para o candidato à CM Oeiras, o actual presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, “politicamente não está a prestar um bom serviço ao partido”.
Os elogios a Marcelo
No que toca ao País, o foco foi o Presidente da República (PR). Isaltino Morais revelou ter tido algumas reservas do seu amigo de longa data no início do mandato, mas Marcelo Rebelo de Sousa tem sido “surpreendente” e “extraordinário”. “Tiro-lhe o chapéu. Tenho muito orgulho no nosso PR. Os portugueses tão bem entregues”, exclamou. “Os portugueses reencontraram-se com a instituição Presidência da República. É o homem do povo”.
Isaltino Morais chegou pela primeira vez ao cargo de presidente da CM Oeiras em 1985, pelo PSD, conseguindo renovar os mandatos de 1989 até 2009, apenas com uma interrupção de três anos. Aí, foi ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente. Em 2013 foi detido para cumprir uma pena de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais devido a contas bancárias na Suíça e na Bélgica que não estavam declaradas ao fisco português. Agora, concorre novamente ao cargo do concelho sob apoio do movimento INOVAR – Oeiras de Volta. As eleições estão marcadas para dia 1 de Outubro.
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