Itália pede que se evitem festas e que férias sejam no país

O primeiro-ministro italiano pediu aos jovens para evitarem reuniões e festas e convidou os italianos a ficarem no país durante as férias, numa intervenção hoje no parlamento sobre a fase 2 das restrições devido à pandemia.

Itália pede que se evitem festas e que férias sejam no país

O primeiro-ministro italiano pediu aos jovens para evitarem reuniões e festas e convidou os italianos a ficarem no país durante as férias, numa intervenção hoje no parlamento sobre a fase 2 das restrições devido à pandemia.

“Faço um apelo a todos e principalmente aos jovens: agora não é o momento para festas e vida noturna. Agora, mais do que nunca, é necessário respeitar a distância de segurança e o uso de máscaras. Expor-se significa expor-se à infeção”, afirmou Giuseppe Conte na câmara dos deputados.

A Itália reabriu restaurantes e lojas na segunda-feira, mas, nos últimos dias, muitos presidentes de câmaras municipais e presidentes das regiões denunciaram comportamentos de abuso, principalmente de jovens, que saíram em grupos para se encontrar em bares e fazer vida noturna em áreas de lazer.

Conte iniciou seu discurso assegurando que, hoje, três meses após o primeiro caso detetado no país, pode dizer que “as decisões tomadas, embora dolorosas e, provavelmente, arriscadas para alguns direitos fundamentais”, foram as corretas.

“Chegou, no entanto, a altura de reiniciar o motor económico e produtivo, depois de superar a fase mais aguda da emergência, mas o desafio que nos espera não é menos insidioso do que o enfrentado no início da emergência”, acrescentou.

O primeiro-ministro explicou que a Itália ocupa o primeiro lugar na lista dos países que mais testes fazem em proporção ao número de habitantes.

Além disso, defendeu que, nesta nova fase, tem de se confiar não apenas na “autodisciplina das pessoas”, mas “num sistema articulado desenvolvido para controlar as tendências epidemiológicas” e citou os testes moleculares e serológicos que serão realizados voluntariamente nos próximos dias.

Em relação à abertura quase total das atividades desde segunda-feira, Giuseppe Conte explicou que “a persistência de medidas de confinamento seria irracional e incompatível com os princípios da Constituição”, mas que irá intervir novamente e impor medidas restritivas se surgirem novos surtos em territórios específicos.

O primeiro-ministro anunciou ainda que o “rastreamento de contactos” é “o segundo pilar” do controlo epidemiológico da fase 2 e que, nos próximos dias, começará a ser experimentada uma aplicação de telemóvel para detetar eventuais infetados entre os contactos, garantindo que “os dados serão usados ??apenas para rastrear o vírus”.

Conte lembrou a existência de diferentes decretos para apoio a empresas e famílias, aprovados pelo seu executivo, e anunciou uma nova lei para simplificar o acesso a essas medidas, “que, no entanto, não enfraqueça controlos rigorosos que garantem total transparência e evitam infiltrações da máfia”.

Nesse sentido, o primeiro-ministro lembrou que há muitas pessoas que estão a sofrer e assegurou que este é “um teste muito difícil” para todos.

Para ultrapassar a atual crise, “é preciso coordenar esforços” e “o sistema bancário pode e deve fazer mais para acelerar os empréstimos cobertos por garantias públicas”.

Sobre as medidas para a construção e turismo, Conte disse que será “crucial” concentrar esforços na “mobilidade interna”.

“Estamos cientes de que o setor de turismo exige mais medidas”, reconheceu, convidando todos os cidadãos “a ficar no país e fazer férias em Itália”, para, assim, “descobrir as belezas que não conhece e voltar a apreciar as que conhece. É a melhor forma de contribuir para o reinício” da normalidade.

A Itália foi um dos países mais atingidos pela pandemia da covid-19, contabilizando 32.330 mortos e mais de 227 mil casos de contágio.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 328 mil mortos e infetou quase cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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