Juncker diz que processo independentista da Catalunha foi «um desastre»
Jean-Claude Juncker considerou que o processo independentista da Catalunha foi “um desastre” e que “nunca devia ter acontecido”, reafirmando o apoio da Europa a uma Espanha unificada.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou hoje que o processo independentista da Catalunha foi “um desastre” e que “nunca devia ter acontecido”, reafirmando o apoio da Europa a uma Espanha unificada.
As declarações foram publicadas hoje, em entrevista ao jornal espanhol ‘El País’, onde Jean-Claude Juncker afirma que “a Catalunha é uma enorme preocupação”.
“Não gosto da situação que provocou, é um desastre”, sublinha o presidente da Comissão Europeia.
O processo independentista “rarefez a atmosfera política, gerou uma fratura interna na sociedade espanhola e na catalã: criou problemas dentro das famílias, entre os amigos”, declarou, acrescentando que “é triste” e que “nunca devia ter acontecido”.
Juncker considera que os independentistas catalães “não devem subestimar o amplo apoio que o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, tem em toda a Europa”.
O presidente da Comissão Europeia diz ainda que nunca teve um contacto pessoal com o exonerado chefe do Governo catalão, Carles Puigdemont, e que Rajoy “é um grande amigo” e que apoia “a postura do Governo espanhol”.
“Estou a favor de quem respeita a lei. A UE baseia-se no império da lei, e o que os meus amigos catalães fizeram foi o contrário: desrespeitaram a lei. Estou com quem respeita o quadro institucional, não posso suportar quem viola isso”, afirma o líder europeu.
O Governo espanhol convocou eleições na Catalunha para 21 de dezembro, depois de ter decidido aplicar o artigo 155.º da Constituição, que suspende a autonomia da região. O executivo regional foi destituído e o parlamento regional dissolvido.
As decisões do executivo de Mariano Rajoy, apoiadas pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, aconteceram depois de a declaração de independência da Catalunha ter sido aprovada, em 27 de outubro, por 70 dos 135 deputados do parlamento catalão. A votação decorreu sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional.
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