Macron assegura que França não reconhecerá anexação da Crimeia pela Rússia
O presidente francês, Emmanuel Macron, assegurou que “França não reconhecerá a anexação da Crimeia” pela Rússia, numa conferência de imprensa após um encontro com o homólogo ucraniano, Petro Poroshenko.
O presidente francês, Emmanuel Macron, assegurou hoje que “França não reconhecerá a anexação da Crimeia” pela Rússia, numa conferência de imprensa após um encontro com o homólogo ucraniano, Petro Poroshenko.
“França está comprometida com a soberania da Ucrânia nas suas fronteiras reconhecidas” internacionalmente, disse Macron, que esteve reunido com Poroshenko em Paris cerca de uma hora.
“Reafirmei ao presidente Poroshenko a minha vontade de prosseguir com o processo de Minsk e de conseguir, antes do G20, um debate rico no formato da Normandia, com a presença da OSCE”, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, acrescentou o presidente francês, que se disse “impaciente” para encontrar uma solução concreta para uma saída da crise”.
O formato da Normandia reúne os líderes de França, Ucrânia, Alemanha e Rússia.
Os quatro países negociaram o Acordo de Minsk, de 2015, que permitiu pôr fim aos combates em grande escala entre tropas ucranianas e separatistas pró-russos, mas não impediu que os confrontos continuassem. Na próxima reunião, prevista para finais de junho ou princípios de julho, Macron disse esperar que sejam “colocadas em cima da mesa uma série de condições para permitir uma evolução” da situação.
Macron referiu “a retirada de todas as forças perto da fronteira, com uma presença da OSCE ou uma capacidade internacional para garantir a segurança, e progressos quanto ao bloqueio e aos prisioneiros”.
“Não nos podemos habituar a discussões sem resultados”, disse, apelando para “reuniões com objetivos claros e resultados concretos, mesmo que possam parecer limitados”.
O presidente da Ucrânia defendeu por seu turno “uma presença da OSCE 24 sobre 24 horas na linha de contacto”.
“Estou muito mais otimista” depois do encontro de hoje, disse Poroshenko, apelando para “um plano de paz e de desocupação da Ucrânia”. A Ucrânia é palco desde 2014 de um conflito armado entre separatistas pró-russos do leste do país e o exército ucraniano, que já fez mais de 10.000 mortos.
A negociação política do conflito encontra-se bloqueada há meses devido em grande parte a contínuas e reciprocas acusações de violações ao cessar-fogo. Os Acordos de Minsk contemplam uma trégua estável com a retirada do armamento pesado e a introdução de reformas políticas para possibilitar eleições regionais nas zonas controladas pelos rebeldes pró-russos.
Kiev sustenta que não é possível alcançar progressos nos aspetos políticos do plano de paz enquanto a Ucrânia não assumir o controlo da parte fronteiriça com a Rússia, atualmente nas mãos das milícias pró-russas.
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