Mais de 30 prisioneiras iranianas em greve de fome para lembrar morte de Mahsa Amini

Mais de 30 prisioneiras na cadeia de Evin, perto de Teerão, a capital iraniana, iniciaram hoje uma greve de fome, para assinalar os dois anos da morte de Mahsa Amini, anunciou Narges Mohammadi, detida na unidade.

Mais de 30 prisioneiras iranianas em greve de fome para lembrar morte de Mahsa Amini

Numa publicação em inglês, alemão e francês na rede social Instagram, a ativista e Nobel da Paz Narges Mohammadi, detida desde novembro de 2021, informa que é uma de 34 prisioneiras que começaram hoje uma greve de fome.

“De novo, as prisioneiras políticas e ideológicas de Evin começaram uma greve de fome em solidariedade com o povo em protesto no Irão contra as políticas opressivas do governo” de Teerão, escreve.

A Nobel da Paz 2023 — uma das vozes mais importantes na defesa dos direitos humanos no Irão, condenada em seis ocasiões a um total de 13 anos e três meses de prisão e 154 chicotadas — já no sábado havia conseguido utilizar a rede social Instagram para divulgar o protesto de dezenas de detidas em Evin, clamando “mulher, vida, liberdade”, o grito do movimento criado após a morte de Mahsa Amini, aos 22 anos.

Segundo Mohammadi, as prisioneiras queimaram véus no pátio da prisão, ato habitual durante os protestos desencadeados após a morte de Amini.

A morte de Amini — que assinalará dois anos na segunda-feira — foi seguida de protestos que duraram meses e foram brutalmente reprimidos pelas autoridades iranianas, com um balanço de 500 mortes, dez execuções e 22 mil detenções.

Sob as palavras de ordem “mulher, vida, liberdade”, milhares de manifestantes pediram o fim do regime teocrático iraniano.

Masha Amini foi detida pela polícia de costumes iraniana, em 13 de setembro de 2022, por alegadamente não estar a usar devidamente o véu islâmico, acabando por morrer, três dias depois, ainda sob custódia policial.

SBR // MAG

By Impala News / Lusa

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