Pelo menos 200 mortos em incêndios florestais desde 2000, metade só em 2017

Desde o ano 2000 já morreram pelo menos 200 pessoas em incêndios florestais em Portugal. Este ano, de 2017, fica registado como o pior no que diz respeito às vítimas mortais

Pelo menos 200 mortos em incêndios florestais desde 2000, metade só em 2017

Desde o ano 2000 já morreram pelo menos 200 pessoas em incêndios florestais em Portugal.

De acordo com o relatório da comissão técnica que analisou os fogos de junho deste ano na região Centro, incluindo as 64 pessoas que morreram no incêndio de Pedrógão Grande, entre 2000 e 2017 “registou-se a perda de 165 vidas humanas como um resultado direto de incêndios florestais, das quais 112 civis e 53 operacionais combatentes”.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) confirmou hoje à tarde o registo de 35 mortos, em diversos incêndios ocorridos no norte e centro do país desde domingo.

Cronologia dos piores anos em matéria de vítimas mortais em incêndios florestais em Portugal:

2017: O número de mortos devido aos incêndios que deflagraram desde domingo subiu hoje à tarde para 36, segundo a Proteção Civil. As mortes foram registadas nos distritos de Viseu, Coimbra, Guarda e Castelo Branco.

– O fogo de Pedrógão Grande (distrito de Leiria), a 17 de junho, causou 64 mortos e mais de 200 feridos. Este incêndio só foi extinto uma semana depois.

2016: Grandes incêndios varreram a ilha da Madeira, sobretudo o Funchal, em agosto, causando a morte a três civis.

2015: Um bombeiro morreu, em agosto, na sequência do despiste de um autotanque mobilizado para o combate a um incêndio, em Cascais (distrito de Lisboa). Também em agosto, mas no Sabugal, Guarda, morreu um homem com cerca de 70 anos, que estava num canavial na aldeia de Sobreira e não conseguiu fugir às chamas.

2013: Em agosto, quando se registaram mais de 7.000 incêndios, morreram nove pessoas — oito bombeiros e um civil. Só nos incêndios da serra do Caramulo morreram quatro bombeiros, encurralados pelas chamas.

2012: Centenas de incêndios provocaram seis mortos, quatro deles bombeiros.

2011: Segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), entre 01 de janeiro e 23 de setembro dois bombeiros morreram em consequência de incêndios florestais, um deles vítima de um acidente de viação quando se deslocava para um fogo. No total, 198 bombeiros e 60 civis ficaram feridos no combate aos incêndios durante este ano, adiantam os dados da ANPC.

2010: Três bombeiros morreram no combate a fogos florestais. Um deles, de Alcobaça, morreu na sequência do despiste do autotanque de combate a incêndios, um outro acidente vitimou o segundo comandante dos bombeiros de Cabo Ruivo, em Lisboa, que fazia parte de uma equipa que ia combater fogos na zona do Porto e uma mulher de 20 anos, que pertencia à corporação de Lourosa, Santa Maria da Feira, morreu no combate a um incêndio no concelho de Gondomar.

2006: Em junho, em Famalicão da Serra, no concelho da Guarda, cinco bombeiros chilenos e um bombeiro português morreram ao combaterem um incêndio.

2005: Pelo menos 16 pessoas morreram em incêndios florestais, 12 dos quais, segundo a ANPC, eram bombeiros. Só em fevereiro desse ano faleceram quatro bombeiros quando combatiam um incêndio florestal em Mortágua.

2003: Os grandes incêndios que este ano assolaram o país de norte a sul provocaram um total de 21 mortos, incluindo dois especialistas chilenos, que morreram num incêndio na Chamusca.

1966: Em setembro, um fogo na Serra de Sintra foi notícia em todo o mundo devido à morte de 25 militares do Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa de Queluz, enquanto tentavam combater as chamas.

1985: Morreram 14 operacionais apanhados pelas chamas em Armamar.

1986: Um fogo em Águeda causou a morte a três civis e 13 operacionais.

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