PJ admite que detidos na Ponte 25 de Abril possam ter cometido mais assaltos
O diretor do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária (PJ) admitiu que o grupo detido hoje na Ponte 25 de Abril possa ter cometido mais assaltos além de dois roubos a ourivesarias em Fátima.
“Acreditamos que, considerando a mobilidade desta gente, poderá haver mais assaltos noutras latitudes do território nacional”, declarou à agência Lusa Avelino Lima.
A PJ deteve hoje três homens suspeitos de assaltos a ourivesarias em Fátima, numa operação de perseguição e detenção que obrigou ao encerramento do trânsito na Ponte 25 de Abril.
De acordo com uma nota publicada na página da Internet da PJ, “no âmbito das diligências de investigação realizadas pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria, foi possível identificar e localizar os suspeitos, residentes na Margem Sul”.
Os três homens foram intercetados à entrada do tabuleiro da Ponte 25 de Abril (que liga Lisboa a Almada) e, durante a perseguição, os suspeitos acabaram por abandonar a viatura e fugiram apeados, tendo sido depois detidos.
Avelino Lima adiantou que dos detidos, todos portugueses e sem profissão conhecida, um tem 19 anos e os outros dois 24. Estes últimos “têm antecedentes criminais, precisamente, por este tipo de crime, assaltos à mão armada e, inclusive, a ourivesarias”.
A investigação que levou à detenção dos suspeitos começou após um primeiro assalto, no dia 28 de agosto, também a uma ourivesaria na cidade de Fátima, sendo que a atuação naquela data foi “muito similar” à de hoje.
Nos dois casos, são milhares de euros em artigos que foram roubados, referiu este responsável da PJ, explicando que no caso do primeiro assalto o processo identificativo das peças já consta nos autos, “com o respetivo valor comercial”.
“No assalto de hoje foi tudo recuperado”, pelo que a empresa recuperará os artigos, mas antes serão “objeto de identificação e de avaliação”, esclareceu.
Nos dois crimes, além de uma arma de fogo, recuperada hoje e que se encontrava municiada, foi utilizado um martelo “para partir montras”, sendo que tudo indica que dois dos elementos concretizaram o assalto no interior dos estabelecimentos enquanto um terceiro aguardava numa viatura, prosseguiu.
“Desde que a investigação passou a iniciar-se, com o primeiro assalto, foi todo feito um trabalho de recolha de informação”, explicou Avelino Lima, exemplificando com “vigilância, acompanhamento, monitorização”, pelo que “todo este conhecimento ajuda a antecipar até acontecimentos”.
O diretor adiantou que a PJ tinha hoje o dispositivo montado e, “a partir do momento em que é sinalizada a presença da viatura, acontecendo o que aconteceu”, o grupo de suspeitos foi acompanhado “e, logo que houve condições de segurança”, foi detido.
“Aconteceu naquele sítio em concreto [Ponte 25 de Abril], mas podia ter acontecido noutro sítio antes”, afirmou, justificando que houve condições de segurança para o fazer e destacando o papel da Polícia de Segurança Pública que a pedido da PJ ajudou esta força policial para uma “abordagem segura para evitar danos pessoais”.
Avelino Lima disse ainda esperar que a PJ tenha “cessado a atividade deste grupo”, que classificou como perigoso e com uma capacidade operacional muito grande, e que na quinta-feira, quando se prevê que sejam presentes a um juiz de instrução criminal para aplicação de medidas de coação, “a justiça seja aplicada”.
“Para já, fizemos a nossa parte e estamos em crer que a justiça vai fazer a restante”, incluindo a eventual responsabilidade dos suspeitos noutros assaltos, salientou, salientando ter tido a “oportunidade de ver o que se passou dentro dos estabelecimentos [imagens de videovigilância] e as vítimas, e bem, não resistiram”.
Caso contrário, poderiam ter ocorrido danos pessoais, acrescentou o diretor do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ.
SR (MCA/GC/VAM) // JEF
By Impala News / Lusa
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