Polícia fechou mais de metade das 2.300 assembleias de voto na Catalunha
O máximo representante do governo espanhol na Catalunha anunciou que a polícia já fechou e selou mais de metade das 2.315 assembleias de voto designadas para acolher, no domingo, o referendo pela independência considerado ilegal pela justiça espanhola.
O máximo representante do governo espanhol na Catalunha anunciou hoje que a polícia já fechou e selou mais de metade das 2.315 assembleias de voto designadas para acolher, no domingo, o referendo pela independência considerado ilegal pela justiça espanhola.
Enric Millo, o delegado do Governo na Catalunha, informou que as autoridades policiais detetaram a presença de pais e alunos em 163 escolas. Os pais e alunos estavam a ocupar os locais, realizando atividades extracurriculares, numa tentativa de manter os espaços abertos até ao dia da consulta.
A polícia regional da Catalunha, os Mossos d’Esquadra, receberam ordens para não usar a força na operação de fecho dos locais de votação, mas também uma indicação expressa de fecho de todos estes locais até às 06:00 de domingo (5:00 em Lisboa), três horas antes da hora prevista para o início da votação.
Millo disse que qualquer pessoa ainda nas escolas após as 6:00 da manhã de domingo deverá “ser retirada”, em cumprimento com a ordem judicial do Tribunal Superior da Catalunha. No entanto, o delegado do governo espanhol disse que não estão a prever problemas de maior.
“Confio no bom-senso dos catalães e confio que as pessoas vão agir com prudência”, disse Enric Millo, acrescentando que o governo espanhol está pronto para garantir a segurança, uma vez que um número significativo de pessoas são separadas nas ruas da Catalunha para expressar a sua posição política.
Por outro lado, Millo também reafirmou que a infraestrutura tecnológica para a votação e contagem de votos foi desmantelada, o que torna “absolutamente impossível” a realização do referendo.
O delegado do governo disse que agentes da Guardia Civil — com mandado judicial – realizaram buscas na sede da CTTI, o centro regional catalão com a tutela da tecnologia e das comunicações.
Millo disse que os agentes desativaram software desenhado para gerir em rede as mais de 2.300 assembleias de voto , bem como para a divulgação de resultados e aplicações para voto online.
O delegado do governo disse que, desta forma, fica afastada a possibilidade de se realizar “um referendo efetivo, com garantias legais e vinculativo na forma prometida pelo governo regional catalão”.
Os responsáveis regionais da Catalunha garantiram que se realizará uma consulta popular pela independência na região no domingo, apesar de o Tribunal Constitucional espanhol ter considerado ilegal um referendo sobre esta matéria, nos termos propostos.
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