Portugal «não aceita» que Guiné Equatorial mantenha pena de morte
Pena de morte no ordenamento jurídico da Guiné Equatorial não é aceite, mais de três anos após a adesão à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
Portugal «não aceita» que a Guiné Equatorial mantenha a pena de morte no seu ordenamento jurídico, mais de três anos após a adesão à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.
«Não aceitamos que continue sem ser cumprido o objetivo de abolição da pena de morte. Há uma moratória ‘de facto’, mas não é essa uma medida bastante. Portugal, como outros países da CPLP, ofereceu apoio técnico, que foi considerado indispensável, para reformas nos códigos penais subsequentes a essa decisão», declarou hoje Augusto Santos Silva, numa audição parlamentar sobre a proposta de lei sobre o Orçamento do Estado para 2018.
O governante respondia a uma pergunta do deputado do PSD Carlos Páscoa sobre a “aparente dificuldade da Guiné Equatorial em cumprir os critérios impostos pela CPLP para a sua adesão, até agora só um foi cumprido”.
Santos Silva concordou: «Tem toda a razão; dos três grandes compromissos, a Guiné Equatorial só cumpriu um, que foi a ratificação dos estatutos da CPLP».
«A adoção do português como uma das línguas oficiais já foi deita, mas o compromisso de difusão só pode ser cumprido num prazo longo. Portugal sempre disponibilizou apoio na formação de professores para que esse objetivo se possa cumprir», referiu Santos Silva.
A Guiné Equatorial, antiga colónia espanhola, tornou-se membro de pleno direito da CPLP em julho de 2014, mediante um «roteiro de adesão» que incluía a divulgação do português como língua oficial e a abolição da pena de morte, medida que ainda não foi ratificada pelo Presidente equato-guineense.
Teodoro Obiang Nguema é o Presidente africano há mais anos no poder, desde 1979, e o seu governo é acusado por várias organizações da sociedade civil de constantes violações dos direitos humanos e perseguição a políticos da oposição.
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