Escândalo de suborno faz Presidente do Brasil cancelar agenda
O Presidente do Brasil, Michel Temer, decidiu cancelar todos os compromissos da agenda para hoje e, segundo a imprensa brasileira, poderá fazer ao longo do dia uma intervenção pública
Michel Temer, Presidente do Brasil, cancelou todos os compromissos da agenda para esta quinta-feira e, segundo a imprensa brasileira, poderá fazer ao longo do dia uma intervenção pública.
A decisão foi tomada um dia depois do jornal brasileiro O Globo ter divulgado gravações sobre um encontro que o chefe de Estado manteve com um dos donos da empresa JBS, Joesley Batista, em março, no qual Michel Temer supostamente deu aval para o pagamento de suborno em troca do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
O Presidente brasileiro está reunido no Palácio o Planalto, sede do Governo do país, com os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência) e Antônio Imbassahy, da Secretaria de Governo.
Na noite de quarta-feira, Michel Temer já havia negado as denúncias alegando que “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio de ex-deputado Eduardo Cunha”, num comunicado divulgado poucas horas depois da notícia de O Globo.
O chefe de Estado brasileiro também afirmou que “não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”.
Candidato das últimas eleições também está implicado nas investigações
Além do caso de Michel Temer, as gravações entregues por Joesley Batista à Justiça brasileira divulgadas pelo O Globo também comprometem Aécio Neves, aliado político do Presidente, líder da direita brasileira e candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, em 2014, que foi afastado hoje do cargo de senador pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma operação policial realizada esta quinta-feira de manhã conduziu ainda à detenção de Andrea Neves e de Frederico Pacheco de Medeiros, irmã e primo de Aécio, que alegadamente foram coniventes na receção de um suborno no valor de 2 milhões de reais (570 mil euros) da JBS.
O Procurador-Geral da República do Brasil, Rodrigo Janot, pediu a prisão e Aécio Neves, mas a medida foi temporariamente negada pelo juiz Edson Fachin, que levará o pedido ao plenário do STF para todos os juízes analisem o caso.
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