Presidente do Quénia anuncia envio de mais 600 militares para missão no Haiti

No início de setembro, cerca de duas dezenas de polícias e soldados da Jamaica chegaram ao Haiti, juntando–se a 400 soldados do Quénia na missão multinacional de segurança, apoiada pela ONU

Presidente do Quénia anuncia envio de mais 600 militares para missão no Haiti

Porto Príncipe, 22 set 2024 (Lusa) — O Presidente do Quénia, William Ruto, anunciou a chegada de mais 600 militares para se juntarem à missão multinacional de apoio à segurança no Haiti.

Após chegar no sábado à capital haitiana, Porto Príncipe, Ruto revelou que o país africano irá enviar mais 300 soldados em outubro e o mesmo número chegará em novembro.

“As tropas que temos no Haiti não são suficientes. Devíamos ter 2.500 homens e mulheres nesta força. Só temos 400. Também temos problemas logísticos. Faltam recursos. Não temos ferramentas suficientes para continuar o trabalho”, admitiu o Presidente do Quénia.

Mas “há boas notícias. Muitos mais países estão a começar a comprometer-se a ajudar o Haiti. Haverá um destacamento de outros 20 países que se comprometeram a enviar pessoas para se juntarem à força multinacional”, sublinhou Ruto.

No início de setembro, cerca de duas dezenas de polícias e soldados da Jamaica chegaram ao Haiti.

A missão deverá atingir 2.500 operacionais. Bahamas, Bangladesh, Barbados, Benim e Chade já se comprometeram a enviar polícias e soldados, embora não seja claro quando isso poderá acontecer.

Ruto defendeu que o Haiti registou “muitos progressos” nos três meses após o envio da missão apoiada pela ONU.

Os militares já conseguiram garantir muito mais segurança no aeroporto, no Palácio Nacional, no Hospital Universitário do Estado do Haiti, na Academia de Polícia e também nos portos, sublinhou o Presidente queniano.

Ruto falava numa conferência de imprensa, acompanhado do presidente do Conselho Presidencial de Transição haitiano, Edgard Leblanc Fils.

Leblanc Fils disse que a missão “começou a dar resultados”, mas que “é necessário reforçar a missão aumentando o número de tropas e equipamento, para que possa atingir o seu objetivo e permitir ao Estado retomar a responsabilidade pela segurança do país após este apoio”.

Na sexta-feira, o enviado da ONU para os direitos humanos no Haiti, William O’Neill, disse que a população do Haiti “continua a sofrer a violação de todos os seus direitos humanos”.

O’Neill disse que “a violência sexual, usada como arma pelos gangues para controlar a população, aumentou drasticamente nos últimos meses”.

Os grupos dedicam-se também, de forma crescente, “ao tráfico de crianças, aos recrutamentos forçados e à sua utilização em ataques contra instituições públicas e operações de controlo”, acrescentou o enviado da ONU

Em 16 de setembro, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, considerou “absolutamente inaceitável” a falta de contribuições para financiar a missão no Haiti.

A missão multinacional deverá custar cerca de 600 milhões de dólares (537 milhões de euros) por ano, embora a ONU tenha recebido apenas 68 milhões de dólares (61 mihões de euros) até agora.

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By Impala News / Lusa

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