PS contra deslocação de Distribuição Postal e 43 carteiros do Porto para Gaia
PS protesta contra a deslocação do Centro de Distribuição Postal do Porto para Vila Nova de Gaia, «responsabilizando a Anacom» pela «deterioração» do serviço
O PS/Porto protestou esta terça-feira contra a deslocação do Centro de Distribuição Postal (CDP) daquela cidade para Vila Nova de Gaia, “responsabilizando a Anacom” pela “deterioração” do serviço prestado pelos CTT e admitindo a renacionalização da empresa.
Numa ação de rua que incluiu a distribuição de panfletos com o aviso do encerramento do CDP das “zonas 4000 e 4050”, o presidente da Federação Distrital do PS/Porto defendeu ser necessário “pressionar a opinião pública para que os CTT cumpram a sua “obrigação de serviço público” e para que “a entidade reguladora, a Anacom, tenha vergonha e faça o seu papel de impedir a destruição do serviço postal universal”.
Manuel Pizarro notou que, sendo uma entidade privada, os CTT “têm uma obrigação de serviço público à qual estão a tentar escapar”, avisou que “o Estado não está desarmado” perante o processo em curso e referiu a hipótese de, “em última instância, voltar a nacionalizar” a empresa.
Pizarro falava aos jornalistas nas imediações do CDP existente junto à Câmara do Porto, e que os CTT decidiram encerrar, transferindo os serviços e “43 carteiros” para “as Devesas, em Gaia”, o que significa “percursos mais longos e mais atrasos no correio”.
“Aparentemente, o contrato de arrendamento terminou. Não fazemos questão que o CDP continue a funcionar aqui. O que parece irracional, do ponto vista da qualidade do serviço postal, é que os carteiros, que saem a pé com as malas para a distribuição, passem a sair de uma distância muito maior”, alertou o socialista.
Em causa está a distribuição de correio com os códigos postais 4000 e 4050, o que “abrange não só o centro do Porto mas vai para lá da Boavista”, esclareceu Pizarro, acrescentando que, para além deste, o Porto tem mais três CDP.
“O país todo tem de se unir para dizer ‘basta’ a esta forma de dirigir empresa que, sendo privada, tem responsabilidades de serviço público cada vez pior asseguradas”, frisou.
“Para já, estamos a protestar nos órgãos próprios, mobilizar as autarquias, e tem de se obrigar a Anacom a cumprir a sua função de regulação. Admito que, em última instância, possa estar mesmo em causa a decisão de voltar a nacionalizar os CTT”, afirmou o também vereador do PS na Câmara do Porto.
Pizarro esclareceu que a nacionalização será a “última linha” do processo, mas deixou um aviso: “É preciso que estes senhores que estão a destruir os CTT tenham consciência de que o Estado português não está desarmado perante aquilo que eles estão a fazer”.
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“Acho que o Estado, e aqui incluo também as obrigações do Governo, tem de fazer tudo ao seu alcance para obrigar ao cumprimento do serviço postal universal”, vincou o presidente do PS/Porto, que participou na iniciativa acompanhado do presidente da concelhia, e de deputados socialistas na Assembleia da República.
Para Pizarro, “numa sociedade democrática a pressão da opinião pública conta” e “é preciso que fique claro que a empresa privada tem uma obrigação de serviço público à qual estão a tentar escapar”, disse.
Pizarro observou ainda que “chegará a altura de tratar com o Governo deste assunto”.
“Nesta primeira fase quero responsabilizar sobretudo a Anacom, que devia explicar aos portugueses como está a exercer a sua função de regulação”, afirmou.
Pizarro lamentou ainda a “forma como foi feita privatização pelo governo anterior, com um caderno de encargos irresponsável”.
Também presente no protesto, Henrique Pereira, representante Sintel – Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicação, explicou que transferir os serviços para Gaia vai “implicar maiores atrasos para além dos que já existem”, até porque os carteiros “passam a ter de atravessar uma ponte” para fazer o serviço.
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