Sahel: Macron exclui para já redução do efetivo militar francês
O Presidente francês, Emmanuel Macron, excluiu hoje, para já, a redução do efetivo militar gaulês na operação de luta contra o ‘jihadismo’ no Sahel, a “Operação Barlkhane”, que mobiliza atualmente 5.100 soldados.
Numa conferência de imprensa em Paris, após uma intervenção na Cimeira do G5 sobre o Sahel, que decorre virtualmente a partir de Djamena, Macron admitiu, porém, a possibilidade de, no futuro, proceder a uma redução progressiva da presença militar francesa na região, onde também se encontra um contingente militar de Portugal.
“A seu tempo, haverá evoluções significativas, sem dúvida nenhuma, no nosso dispositivo militar no Sahel, mas não acontecerão para já”, disse Macron aos jornalistas.
“Seria um paradoxo enfraquecer o nosso sistema militar numa altura em que temos um alinhamento político e militar favorável à concretização dos nossos objetivos”, argumentou.
Há algumas semanas, Paris ainda considerou iniciar uma retirada em janeiro, ao relembrar os 600 soldados enviados para reforçar o contingente militar no Sahel, há um ano.
“Reduzir significativamente o número de soldados, padrão que estudei, seria um erro”, acrescentou, admitindo que, a longo prazo, depois do verão, gostaria de trabalhar com os parceiros da operação sobre a presença francesa no Sahel, que já se prolonga ininterruptamente há oito anos.
Para reduzir a presença, acrescentou, Paris conta em particular com aquilo a que chama a “sahelização”, a passagem do comando aos exércitos nacionais locais, bem como a “internacionalização” do esforço de formar forças regionais e acompanhá-las em combate.
Para tal, encara-se a possibilidade de, em particular, contar com um agrupamento de forças especiais europeias, conhecida por Takuba, que reúne algumas centenas de homens, incluindo franceses, estonianos, checos e suecos.
“O nosso desejo é sairmos de uma lógica de operação externa para nos focarmos no combate estrito ao terrorismo, ou seja, forças de projeção mais leves, com uma Takuba reforçada”, explicou o presidente francês.
Segundo Macron, o objetivo é reagrupar cerca de 2.000 homens na Takuba, com um apoio francês de cerca de 500 homens.
“Não vamos fazer isso de imediato, mas é assim que projeto a situação a longo prazo”, disse Macron, sublinhando que haverá uma nova cimeira de chefes de Estado e de Governo do G5 para o Sahel na próxima primavera e, depois, outra no verão.
A Força Takuba é uma ‘task force’ militar europeia liderada pela França que aconselha, assiste e acompanha as Forças Armadas do Mali, em coordenação com os parceiros do G5-Sahel e outros atores internacionais no terreno.
Além de França e Portugal, a Operação Barkhane, que visa combater os grupos terroristas na região de Liptako, uma região histórica situada no leste de Burkina Faso, no sudoeste do Níger e numa pequena porção do centro-sudeste do Mali, integra igualmente efetivos militares da Bélgica, República Checa, Dinamarca, Estónia, Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia e Reino Unido.
Mali, Burquina Faso e Níger são os exércitos apoiados pelo contingente europeu.
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