Timor/25 anos: PM timorense espera decisões sobre Greater Sunrise até final do ano

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, disse que “espera uma decisão favorável” a Timor-Leste sobre o projeto petrolífero em conjunto com a Austrália, Greater Sunrise, até ao final do ano.

Timor/25 anos: PM timorense espera decisões sobre Greater Sunrise até final do ano

“Não posso fazer previsões, mas até ao final do ano espero que possamos já ter alguma decisão favorável ao nosso desejo de trazer o gasoduto para Timor”, afirmou o chefe do Governo timorense, em entrevista à agência Lusa a propósito dos 25 anos do referendo que levou à independência de Timor-Leste, que se assinalam em 30 de outubro.

Localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, o projeto Greater Sunrise tem estado envolto num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin.

O consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside Energy (33,44%) e a Osaca Gás Australia (10%).

“Porque não é totalmente nosso, não podemos tomar decisões a nosso gosto, a nosso bel-prazer. Estamos em discussões, as duas partes, a nossa parte e a outra parte são as companhias e a própria Austrália”, explicou Xanana Gusmão, acrescentando que atualmente as conversações são mais “técnicas e legalistas”. 

Timor-Leste, a Austrália e o consórcio tem realizado negociações sobre o Código de Mineração para a Exploração do Petróleo, Contrato de Partilha de Produção e Regime Fiscal, documentos chave para estabelecer o quadro legal e regulatório para apoiar o desenvolvimento do Greater Sunrise para garantir a sua viabilidade comercial, como estipulado no Tratado da Fronteira Marítima.

O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido, com 70% das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80% se o processamento for em Darwin.

A seleção do conceito — um gasoduto para Darwin ou para Timor-Leste — está a ser alvo de um estudo encomendado pelo consórcio, que deverá ser conhecido no último trimestre do ano.

*** Isabel Marisa Serafim (texto e vídeo), Vera Magarreiro (texto) e Paulo Novais (fotos), da agência Lusa *** 

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By Impala News / Lusa

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