Trump acusa democratas de “golpe de estado” contra Biden
O ex-Presidente dos Estados Unidos e candidato republicano nas presidenciais de novembro, Donald Trump, acusou hoje o Partido Democrata de “um golpe de estado” contra o atual líder da Casa Branca, Joe Biden, que desistiu da corrida eleitoral.
Trump interveio por telefone no programa da manhã da cadeia televisiva Fox News e descreveu como “terrível” o discurso de Biden na noite de quarta-feira (madrugada de quinta em Lisboa) a partir da Sala Oval da Casa Branca, no qual deu mais detalhes sobre a sua decisão de se retirar da disputa presidencial agendada para 5 de novembro.
“Acho que foi um golpe de estado. Não queriam que ele se candidatasse. Estava muito em baixo nas sondagens e pensaram que ia perder”, comentou o político republicano.
O magnata nova-iorquino acusou o ex-Presidente norte-americano Barack Obama, a influente congressista Nancy Pelosi e outros líderes democratas de estarem por trás de uma conspiração para forçar a retirada de Biden após o seu papel desastroso no debate eleitoral com Trump no mês passado.
“Foram vê-lo e disseram-lhe que não podia ganhar as eleições, o que penso ser verdade”, disse o republicano. Recém-recuperado de covid-19, Biden fez um discurso à nação em que explicou que decidiu passar o testemunho a uma nova geração para unir os Estados Unidos e salvar a democracia, que considera ameaçada por um eventual novo mandato de Trump.
O republicano respondeu à Fox News que “estava tudo errado” no discurso de Biden, desde a aparência à sua voz. Trump atacou ainda a provável nova candidata democrata, a atual vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, que disse ser “uma esquerdista radical não muito inteligente”.
As primeiras sondagens e análises, embora ainda muito preliminares, sugerem que a vice-Presidente democrata teria um melhor desempenho eleitoral do que Biden e poderia derrotar Trump em alguns estados decisivos.
O candidato republicano desferiu uma série de ataques num comício na quarta-feira contra Harris, a quem chamou de “nova vítima da derrota” e acusou de enganar o eleitorado sobre a capacidade de Biden se candidatar a um segundo mandato.
O comício em Charlotte, na Carolina do Norte, marcou o seu primeiro evento público de campanha desde que Biden desistiu das presidenciais e Harris se tornou na provável candidata dos democratas.
“Portanto, temos agora uma nova vítima para derrotar: a mentirosa Kamala Harris”, disse Trump, rotulando-a de “a vice-Presidente mais incompetente e de extrema-esquerda da história americana”.
Trump chamou-lhe “lunática de esquerda radical” e disse que era “louca” pelas suas posições sobre o aborto e imigração. Joe Biden, de 81 anos, anunciou no domingo a desistência da sua campanha de reeleição e o apoio a Kamala Harris como possível sucessora depois de semanas de pressão interna para desistir da corrida devido a dúvidas sobre o seu estado de saúde.
Para ser candidata contra Trump em novembro, a vice-Presidente norte-americana, de 59 anos e que tem vindo a somar apoios de influentes figuras do partido e grandes quantidades de financiamentos de campanha, tem de ser confirmada pelos delegados na Convenção Nacional Democrata, que vai decorrer em Chicago de 19 a 22 de agosto.
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