Alunos da UTAD exigem «soluções imediatas» para falta de alojamento

Alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro protestam contra fala de alojamento e exigem soluções.

Alunos da UTAD exigem «soluções imediatas» para falta de alojamento

Alunos da UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro- juntaram-se esta quinta-feira, 19 de setembro, para protestar contra a falta de alojamento em Vila Real e reivindicaram «soluções imediatas» para ajudar os estudantes deslocados.

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Os estudantes deitaram-se no chão na praça do município, no centro da cidade, em cima de tecidos brancos colocados no chão, em representação de camas, e ainda almofadas. «Uma academia sem teto», lia-se numa tarja.

Maior número de alunos intensificou problema

O presidente da Associação Académica da UTAD, José Pinheiro, disse que o problema não é novo, mas frisou que se intensificou este ano devido ao maior número de alunos colocados na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior, 1329.

José Pinheiro falou numa «crise no alojamento que se arrasta há muitos anos» e anunciou um manifesto elaborado pelos estudantes que vai ser remetido para o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, para o reitor da UTAD e para o presidente da Câmara de Vila Real. O dirigente académico sublinhou que a UTAD possui cerca de «70% a 72% de estudantes deslocados» e entre «40% a 45% de alunos carentes de ação social direta».

A academia conta com 530 camas, algo que José Pinheiro considerou ser «insuficiente» para o número de estudantes inscritos no instituto. Já em 2018 foram muitos os estudantes que só encontraram alojamento na periferia da cidade, lembrou o dirigente, acrescentando que os preços praticados no alojamento privado «são elevados».

«No segundo dia de matrículas encontravam-se quartos a 200, 220 euros, isto é muito preocupante», salientou.

Aumento de camas na UTAD «foi nulo»

Apesar dos problemas sentidos em Vila Real, o dirigente refere que o aumento de camas «foi nulo» nesta região e lembrou que, a 31 de agosto, o Governo noticiou «um aumento de 4% de camas» – no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento do Ensino Superior-, mas «essencialmente para Lisboa e Porto».

No manifesto que apresentaram, os estudantes propuseram medidas como a «redução da tributação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) aos proprietários de alojamentos arrendados a jovens estudantes», a «dedução do IRS a estudantes deslocados» e a «criação de linhas de financiamento direcionadas às instituições de ensino superior para a construção e renovação de residências universitárias», avança o Jornal de Notícias.

Foi ainda pedido a «liberalização e criação de mecanismos às instituições de ensino superior para a obtenção de financiamento» e a «criação de uma rede de alojamento privada, para casos de urgência, subsidiada pelo Estado pela diferença sob o preço de alojamento de ação social».

António Fontaínhas Fernandes, reitor da UTAD, revelou à agência Lusa que é necessário «encontrar o financiamento necessário para dar corpo aos projetos que já foram diagnosticados».

«Ou há mecanismos de apoio direto, e teria que haver um financiamento do Estado através de PIDDAC [Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central], ou então permitir que as instituições possam ter acesso a outras linhas de financiamento e é este quadro que estamos a estudar», salientou.

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