APAV ajudou mais de mil crianças vítimas de violência sexual em quatro anos
A APAV fez acompanhamento especializado a 1167 crianças e jovens vítimas de violência sexual entre 2016 e 2019 em 180 concelhos.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) fez acompanhamento especializado a 1167 crianças e jovens vítimas de violência sexual entre 2016 e 2019 em 180 concelhos, no âmbito do projeto CARE.
Este projeto cofinanciado pela Fundação Calouste Gulbenkian arrancou em 2016, permitindo o acompanhamento das vítimas, seus familiares e amigos — foco principal desta intervenção — mas também o estabelecimento de parcerias com a Polícia Judiciária, responsável pela investigação destes crimes, com o Instituto de Medicina Legal, com as perícias legais a cargo, e com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
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Os técnicos do Projeto/Rede CARE identificam as necessidades das vítimas, escutando e ajudando as crianças e jovens e respetivas e famílias a lidar com as consequências que o crime causou nas suas vidas, apoiando nas consequências mais diretas, mas também no confronto com questões e necessidades jurídicas, sociais e práticas que possam surgir.
Além do apoio às vítimas, o Care – rede de apoio especializado a crianças e jovens vítimas de violência sexual -, tem também uma componente de formação e capacitação dos técnicos e a estruturação de melhores procedimentos para acompanhar estes casos em articulação com todas as entidades envolvidas, tendo as acções abrangido mais de 16.000 participantes.
Números a reter
Em quatro anos de projeto foram apoiadas 1167 crianças e jovens e 154 familiares e amigos, tendo sido realizados 15.204 atendimentos e segundo a APAV, há cada vez mais pedidos de apoio dirigidos à rede CARE, tendo duplicado desse o início do projeto: 195 novos casos em 2016 e 417 novos casos em 2019.
Na maioria dos casos comunicados à APAV, as vítimas eram raparigas e, à data do pedido de apoio, tinham entre 14 e 17 anos de idade.
A vitimação ocorre sobretudo em contexto intrafamiliar (52,2% dos pedidos de ajuda recebidos), sendo, sobretudo, praticada, nestes casos, por pais/mães ou padrastos/madrastas e em 58% dos casos os crimes ocorreram de forma continuada. Segundo dados da APAV, 78,7% das situações reportadas foram denunciadas às autoridades policiais e tribunais.
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