As 30 recomendações para acabar com a covid-19 como ameaça de saúde pública
Publicadas pela revista científica Nature.
Reforçar os cuidados primários, maior atenção à `long covid´ e o desenvolvimento de vacinas contra as variantes são algumas das cerca de 30 recomendações consideradas prioritárias por especialistas para acabar com a covid-19 enquanto ameaça de saúde pública.
Publicadas pela revista científica Nature, estas “recomendações prioritárias para acabar com a covid-19 como ameaça de saúde pública” foram definidas por um painel científico multidisciplinar, abrangendo as áreas dos sistemas de saúde, da prevenção, da comunicação, das desigualdades da pandemia, do tratamento e da vacinação.
No capítulo dos sistemas de saúde, os especialistas consideram que os governos devem “remover as barreiras económicas” no acesso aos testes de despiste da covid-19, aos equipamentos de proteção individual e aos tratamentos. “Para reduzir o fardo nos hospitais, os cuidados primários devem ser reforçados para incluir a testagem, o rastreio de contactos, a monitorização de sintomas leves e a vacinação”, avança a Nature.
Além disso, as políticas de saúde pública “devem ter melhor em conta o potencial impacto a longo prazo da propagação descontrolada da covid-19”, tendo em conta as incertezas que ainda persistem sobre a prevalência, severidade e duração da `long covid´ em pessoas que recuperaram da infeção inicial pelo coronavírus. “Porque o mercado global não satisfaz a procura de vacinas e tratamentos, os países e as regiões devem considerar reformas legislativas e regulatórias para resolver estas falhas”, que podem passar pela nacionalização de capacidade de produção e por negociar acordos internacionais e regionais de fornecimento, avançam ainda as recomendações compiladas pela revista científica.
“Governos e as organizações de saúde devem-se coordenar melhor”, dizem peritos
Quanto à prevenção, a Nature adianta que, para acabar com a ameaça de saúde pública provocada pela covid-19, a prevenção da transmissão do SARS-CoV-2 nos locais de trabalho, nas escolas e nos centros de comércio “deve permanecer como uma alta prioridade”, refletida nas orientações das autoridades de saúde e suportada em medidas concretas.
As recomendações na área da comunicação indicam que os líderes comunitários, os peritos científicos e as autoridades de saúde pública devem colaborar no desenvolvimento de mensagens para “construir e melhorar a confiança” individual, utilizando meios de acesso à informação adequados por parte dos diferentes grupos de pessoas. “As autoridades e profissionais de saúde pública devem combater informações falsas proativamente através de mensagens claras, diretas e que sejam limpas de jargão científico desnecessário”, avança.
Quanto às desigualdades da pandemia, o painel de peritos recomenda que os países de rendimento elevado reorientem as vacinas contra a covid-19 para abastecer os países com baixas taxas de vacinação e acesso inadequado às doses. “Além dos atuais esforços para a equidade de vacinas, os governos e as organizações de saúde internacionais devem-se coordenar melhor para tornar os testes e os tratamentos da covid-19 acessíveis a todas as pessoas de todos os países”, avançam as recomendações.
Na área dos tratamentos e cuidados de saúde, a Nature aconselha uma colaboração multissetorial para “acelerar o desenvolvimento de novas terapias para todas as fases” da doença, mas também que seja dada prioridade ao financiamento da investigação do diagnóstico e tratamento da `long covid”.
Quanto à vacinação, os peritos defendem que o financiamento dos governos, de filantropos e da indústria “deve incluir um foco no desenvolvimento de vacinas que garantam uma proteção duradoura contra as múltiplas variantes do SARS-CoV-2”. “A mensagem da vacinação deve explicar claramente a eficácia e as limitações das atuais vacinas na prevenção da transmissão do SARS-CoV-2 e na redução da severidade da covid-19”, é a outra das recomendações relativa à imunização.
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