Luiz Inácio Lula da Silva foi empossado em 1 de janeiro, depois de ter vencido as eleições presidenciais brasileiras por apenas 1,8 pontos percentuais em outubro passado numa disputa apertada contra o antecessor, Jair Bolsonaro. O recém-empossado presidente de esquerda prometeu enfrentar as questões da pobreza, bem como tornar o Brasil líder na luta contra as mudanças climáticas.

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Lula está agora no terceiro mandato, tendo servido em  duas passagens consecutivas entre 2003 e 2010. Em 2018, foi preso por acusações de corrupção, condenação que o Supremo Tribunal reapreciou em 2021, anulando o julgamento.

O que mudou e que os brasileiros querem ver mudado entre o último e o atual mandato de Lula

Desde 2010, muita coisa mudou no Brasil. A população cresceu de 196 milhões para cerca de 214 milhões e, nos quatro anos de governo de Bolsonaro, a parte brasileira da Amazónia – biosfera vital para refrescar o Planeta e conhecida como o “pulmão do mundo” – encolheu significativamente, à medida que o o ritmo do desflorestamento acelerou em 60 por cento. A administração de extrema-direita de Bolsonaro também retrocedeu nos direitos indígenas. Para contextualizar a escala deste dano, a Mongabay relata que cerca de 11.568 quilómetros quadrados de floresta tropical foram destruídos apenas entre 1 de agosto de 2021 e 31 de julho de 2022, o que equivale ao tamanho do Qatar.

Ao mesmo tempo, a dívida internacional do país-irmão – que era de 51,7% do PIB em 2010 – atingiu 80,27% em 2021. A inflação atingiu 12% em abril de 2022, antes de cair para cerca de 6% em novembro. Segundo o The Economist, o número de brasileiros que não comem o suficiente aumentou de 6% para 16% no governo Bolsonaro. Além disso, o país foi duramente atingido pela pandemia de covid-19.

O alcance e a natureza generalizada destas questões refletem-se nas respostas à Pesquisa Global do Consumidor da Statista, que mostra que entre 5 de julho de 2021 e 21 de junho de 2022, 76% dos brasileiros urbanos disseram que o desemprego era um problema importante no país, enquanto 69% por cento citaram a educação e 69 por cento selecionaram a pobreza.

Ao mesmo tempo, quase dois terços dos entrevistados mencionaram a inflação ou a situação económica como sérias preocupações, enquanto o crime, a saúde e a previdência social também foram problemas para seis em cada dez brasileiros. Os direitos civis e as mudanças climáticas foram citados entre as questões mais importantes por cerca de um em cada quatro. Os entrevistados puderam escolher várias opções.

Apesar destas descobertas, um estudo recente da Ipsos revelou que a grande maioria dos brasileiros partilha uma perspetiva mais positiva do que a maioria dos países relativamente a 2023.

Statista

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