Bactérias estão mais resistentes a antibióticos, diz OMS

Foram registadas altas taxas de infeções resistentes em toda uma ampla gama de microrganismos nas várias regiões.

Bactérias estão mais resistentes a antibióticos, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a resistência bacteriana a antibióticos está entre as 10 principais ameaças à saúde pública global, salientando a “grande preocupação” das infeções sanguíneas em contextos hospitalares. “A resistência antimicrobiana representa uma ameaça global significativa de proporções económicas e de saúde pública de grandes proporções”, salienta o quinto relatório do sistema de vigilância da OMS hoje divulgado.

O documento salienta que a medicina moderna depende de medicamentos antimicrobianos eficazes, mas foram registadas altas taxas de infeções resistentes em toda uma ampla gama de microrganismos nas várias regiões da OMS.

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“Os níveis muito elevados em 2020 de resistência antimicrobiana em agentes patogénicos que causam infeções na corrente sanguínea, independentemente da cobertura dos testes, são uma grande preocupação”, alertou ainda a organização. Além disso, segundo o relatório, os níveis muito elevados de resistência a diversas bactérias que causam infeções sanguíneas implicam que se “fortaleça as medidas de prevenção e controlo de infeções em contextos hospitalares a nível global”.

A OMS salienta também que os resultados deste relatório demonstram a necessidade contínua de construir sistemas de vigilância robustos, capazes de produzir dados que possam ser utilizados para informar e avaliar as ações de saúde pública.

Portugal registou uma redução do consumo de antibióticos

O documenta sublinha que a pandemia da Covid-19 pode ter tido impacto na capacidade de reporte de vários países e territórios, com a OMS a recomendar um reforço da vigilância, particularmente em países de baixo e médio rendimento. “A baixa proporção de países e territórios que executam garantias externas de qualidade em todos os laboratórios clínicos que servem sistemas nacionais de vigilância exige um esforço global urgente para apoiar o desenvolvimento de redes clínicas nacionais de bacteriologia, particularmente nos países de baixo e médio rendimento, e uma rede global de laboratórios de microbiologia para apoiar o diagnóstico em todas as regiões”, adianta o relatório.

Segundo dados recentemente divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal registou uma redução em 2020 do consumo de antibióticos em ambulatório.

A utilização de quinolonas, um dos antibióticos mais associados à emergência de resistências, caiu 69% entre 2014 e 2020, igualando a média europeia, de acordo com a DGS.

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