Brasil com menos nascimentos vai ter decréscimo da população a partir de 2041

Os nascimentos no Brasil estão a diminuir, tendência que fará com que a população do país recue de um máximo de 220 milhões de habitantes em 2041 até abaixo dos 200 milhões em 2070, segundo estatísticas oficiais.

Brasil com menos nascimentos vai ter decréscimo da população a partir de 2041

O crescimento populacional do país vai desacelerar e depois de 2041, “quando a população atingirá o seu valor máximo de 220.425.299 habitantes” a população do país deve diminuir, “até chegar aos 199.228.708 habitantes em 2070”, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo o qual o Brasil tinha uma população no final do ano passado de cerca de 212,5 milhões.

Nas projeções sobre a população do país, o órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro informou, em comunicado, que de 2000 a 2023, a taxa de fecundidade do Brasil recuou de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e estima que esse mesmo indicador deve recuar para 1,44 em 2040, quando atinge o seu ponto mais baixo.

“Nos próximos anos, essa taxa deve recuar para 1,47 em 2030 e atingir seu ponto mais baixo em 2041, chegando a 1,44 filho por mulher”, destacou o mesmo estudo.

Izabel Marri, responsável de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, explicou no comunicado que a redução da taxa de fecundidade no Brasil é consequência da urbanização do país a partir dos anos 1960, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina, além da popularização de métodos para evitar a gravidez.

“Com isso, as taxas de fecundidade recuaram gradativamente de uma média de mais de seis filhos por mulher para os patamares atuais”, pontuou a especialista.

As projeções do IBGE mostraram que a idade média de fecundidade, ou seja, a idade média em que as mulheres no Brasil têm filhos, que era de 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070.

“Temos observado, no Brasil e em vários países, um adiamento da maternidade, isto é, as mulheres decidindo-se a terem seus filhos mais tarde. Indiretamente, isso também contribui para a redução do total de nascimentos”, apontou Izabel Marri.

Os dados mostram que o número de nascimentos por ano no Brasil recuou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair para 1,5 milhão em 2070.

Alem disso, o IBGE informou que entre 2000 a 2023 taxa de mortalidade infantil no país recuou de 28,1 para 12,5 óbitos por mil nascidos vivos, e projetou que esse indicador cairá para 5,8 em 2070.

Já a esperança de vida ao nascer no país sul-americano subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, e deve chegar aos 83,9 anos em 2070.

O IBGE destaca ainda que de 2000 a 2023, proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, a projeção atual indica que cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos.

 

CYR // ANP

By Impala News / Lusa

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