Na quinta-feira, um júri de Manhattan considerou o ex-presidente Donald Trump culpado de todas as 34 acusações de falsificação de registos comerciais para encobrir um pagamento secreto à estrela de cinema adulto Stormy Daniels antes das eleições presidenciais de 2016. O veredito, do qual Trump prometeu recorrer, acrescenta uma dimensão histórica às próximas eleições presidenciais, pois será a primeira vez que um candidato presidencial – com boas perspetivas – será um criminoso condenado.

A questão óbvia que se seguiu à condenação de Trump foi: como o veredito do júri afetará as hipóteses de Trump de regressar à Casa Branca? Considerando que não há precedentes e que Trump e os seus apoiantes enquadraram o julgamento como tendo motivação política desde o início, não há uma resposta clara.

Embora alguns republicanos moderados possam ter reservas quanto a votar num criminoso condenado, a base de Trump, os chamados republicanos MAGA podem muito bem ser galvanizados pelo que consideram uma caça às bruxas contra o antigo presidente.

“Só há uma forma de manter Donald Trump fora do Salão Oval: nas urnas”

De acordo com uma pesquisa realizada pela YouGov no The Economist nos dias que antecederam o veredito, os norte-americanos estão mais uma vez divididos sobre a questão de saber se uma condenação terá efeito positivo ou negativo na candidatura à reeleição de Trump. Enquanto 31 dos republicanos e aqueles com tendência republicana pensam que uma condenação terá um efeito positivo nas hipóteses de Trump em Novembro, outros 34 por cento não esperam que tenha qualquer efeito.

No outro extremo do espectro político, 48 por cento dos prováveis ​​eleitores democratas pensam que o veredito irá prejudicar as hipóteses de Trump ser reeleito, com 29 por cento a dizerem que não haverá efeito e 11 por cento a pensar que poderá beneficiá-lo.

Enquanto o ex-presidente saiu a balançar após o veredito, considerando o julgamento como “fraudulento” e “vergonhoso”, afirmando que “o verdadeiro veredito será dado pelo povo em 5 de novembro”, o campo de Biden saudou a decisão, mas também se referiu ao dia das eleições como “o julgamento final”. “Hoje, em Nova Iorque, vimos que ninguém está acima da lei”, disse o porta-voz da campanha de Biden, Michael Tyler, em comunicado. “Só há uma forma de manter Donald Trump fora do Salão Oval: nas urnas.”

Statista

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