Cunhado do rei de Espanha não se livra da prisão. Mas vê pena ser reduzida
O Supremo Tribunal espanhol baixou para cinco anos e 10 meses a pena a que Iñaki Urdangarin tinha sido condenado e impôs uma condenação por peculato, invasão, fraude à administração e crimes fiscais que obrigam a cumprir pena de cadeia.
O Supremo Tribunal espanhol baixou para cinco anos e 10 meses a pena a que Iñaki Urdangarin tinha sido condenado e impôs uma condenação por peculato, invasão, fraude à administração e crimes fiscais que obrigam a cumprir pena de cadeia.
A redução da pena acordada pelo Supremo deve-se à absolvição do cunhado do rei de Espanha do crime de falsificação de documento público cometido por funcionário, uma vez que o seu envolvimento não ficou provado.
A sentença implica a entrada na prisão de Urdangarin, que só poderia ser evitada se a Audiência de Palmam, que o tinha condenado a seis anos e três meses, decidisse não o mandar para a cadeia caso o Tribunal Constitucional (TC) desse provimento a um eventual recurso do réu.
No entanto, dada a pena imposta, é improvável que o TC suspenda a admissão na prisão. Iñaki Urdangarin deve pagar um montante que ultrapassa um milhão de euros, somando as multas e a indemnização a que foi condenado.
Com esta decisão, o Supremo Tribunal rejeita o recurso de Urdangarin, exceto no que se refere ao crime de falsificação, e afirma que a natureza pública dos fundos roubados através da prática de um crime de peculato não pode ser questionada, num total que a sentença quantifica em 450.000 euros.
Estes fundos foram pagos ao Instituto Nóos, apesar de os serviços correspondentes a estes pagamentos não terem sido prestados. Urdangarin foi o instigador e colaborador neste desfalque.
Segundo o tribunal, ficou provado que Iñaki Urdangarin, “através de sua amizade” com Diego Torres (seu ex-sócio no instituto) e da “situação privilegiada de que desfrutava como resultado do seu casamento com uma filha do então chefe de Estado, conseguiu mover a vontade” do presidente das Baleares, Jaume Matas, para obter contratos. Portanto, também cometeu o crime de tráfico de influências.
Além disso, para esconder os fundos e concretizar os seus planos, cometeu crimes de fraude e contra o Tesouro, acrescenta a sentença.
A Justiça espanhola tinha absolvido em 17 de fevereiro de 2017 a infanta Cristina, irmã do rei espanhol, da suspeita de evasão fiscal no caso do Instituto Nóos, mas condenou o seu marido.
O marido de Cristina e cunhado do rei, Inaki Urdangarin, foi na altura condenado a seis anos e três meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 512.553 euros por enriquecimento com dinheiros públicos através de um esquema fraudulento feito pelo Instituto Nóos, que fundou e dirigiu entre 2004 e 2006.
A decisão do juiz foi conhecida 11 anos depois do início do caso, quando um deputado socialista pediu explicações pelos custos elevados de um fórum sobre turismo e desporto organizado por Iñaki Urdangarin para o Governo Regional das Ilhas Baleares.
Urdangarin foi acusado de ter utilizado as suas ligações à família real para ganhar concursos públicos para organizar, entre outros, eventos desportivos, tendo em seguida desviado fundos para a Aizoon, uma empresa que geria em conjunto com a infanta Cristina e utilizava para financiar o seu estilo de vida luxuoso.
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