França pede «reunião urgente» do Conselho de Segurança sobre escravos na Líbia
A França vai pedir uma «reunião urgente» do Conselho de Segurança das Nações Unidas para abordar a venda de migrantes africanos como escravos na Líbia
A França vai pedir uma “reunião urgente” do Conselho de Segurança das Nações Unidas para abordar a venda de migrantes africanos como escravos na Líbia, anunciou hoje o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian.
“A França decidiu na manhã de hoje pedir uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para abordar esta questão. Vai fazê-lo como membro permanente do Conselho de Segurança, tem a capacidade de o fazer”, sublinhou o ministro na Assembleia Nacional (parlamento) francês.
Le Drian recordou que as autoridades líbias, “alertadas mais do que uma vez” para este tema, já lançaram uma investigação e apelou a que este procedimento judicial “avance depressa”.
“[Caso não avance] devemos iniciar um procedimento internacional de sanções”, ameaçou o chefe da diplomacia francesa.
Na semana passada, a cadeia de televisão norte-americana CNN emitiu um documentário no qual revelava a existência de um mercado de escravos perto de Trípoli.
Desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011, os traficantes de seres humanos beneficiam do vazio securitário e, portanto, operam com quase total impunidade na Líbia. Estas redes aproveitam-se de dezenas de milhares de pessoas que arriscam uma travessia perigosa, pelo Mediterrâneo, rumo à Itália, para refazerem as vidas na Europa.
A Itália (nomeadamente a ilha de Lampedusa) fica a cerca de 300 quilómetros das costas líbias.
“A resolução para este tipo de drama não ocorrerá se não existir uma solução política” na Líbia, concluiu Jean-Yves Le Drian.
A Líbia atravessa um período político conturbado, com fações rivais e milícias, em Trípoli e em Tobruk, a disputar o poder.
“Apoiamos que haja uma tomada de consciência por parte dos atores líbios quanto à necessidade de avançar rapidamente, face ao drama que estamos a constatar”, concluiu o ministro francês.
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