Governo vai apresentar «a curto prazo» medidas para reduzir sinistralidade rodoviária
O secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, disse hoje que o Governo vai apresentar “a curto prazo” um conjunto de medidas para “melhorar os dados” da sinistralidade rodoviária, que são “muito preocupantes”.
O secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, disse hoje que o Governo vai apresentar “a curto prazo” um conjunto de medidas para “melhorar os dados” da sinistralidade rodoviária, que são “muito preocupantes”.
“A curto prazo, vamos ter um conjunto de medidas, que vamos apresentar, no sentido de melhorar os dados e a estatística” da sinistralidade rodoviária, afirmou o governante, que participou hoje, em Évora, na cerimónia nacional do Dia Mundial em Memória das Vítimas na Estrada.
Segundo o secretário de Estado, a sinistralidade rodoviária “é algo que preocupa qualquer cidadão” e cujos números assolam Portugal “ao longo de muitos anos” e, apesar de o país estar em linha com a média europeia, são “ainda muito preocupantes”.
“Gostaríamos muito de atingir o número zero de vítimas” na estrada e “esse objetivo tem que estar sempre presente como meta limite”, mas há toda “uma cultura de segurança e de prevenção que, infelizmente, ainda não existe bem enraizada na sociedade portuguesa”, admitiu.
Os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) mostram que, entre 01 de janeiro e 15 de novembro deste ano, face ao mesmo período de 2016, ocorreram mais acidentes nas estradas, provocando o aumento do número de mortos e também de feridos, quer graves quer ligeiros.
No total, comparando os dois períodos, verificaram-se mais 1.786 sinistros rodoviários (112.467 em 2017 face a 110.681 em 2016), que causaram mais 50 vítimas mortais (438 este ano, quando, no ano anterior, tinham ocorrido 388 mortes).
O número de feridos graves passou de 1.865 no ano passado para 1.975 este ano (mais 110), enquanto o número de feridos leves cresceu de 34.106 para 35.993 (mais 1.887).
Questionado sobre os números “mais negros” deste ano, o secretário de Estado da Proteção Civil reconheceu o agravamento, mas salientou que os últimos dados já apontam, novamente, para que Portugal encontre “o caminho de descida” que vinha “seguindo ao longo dos últimos anos”.
“Há ainda muito a fazer” para a redução da sinistralidade rodoviária, assinalou, realçando também que, no âmbito dos acidentes mortais, há “um dado claro”, que aponta para os sinistros com motos, “em particular das de grandes cilindradas” e na faixa etária “entre os 45 e os 50 anos”.
Por isso, vai ser lançada, brevemente, uma “ampla campanha” de sensibilização especialmente dirigida aos condutores de motociclos e nos distritos mais afetados por este tipo de acidentes, relevou José Artur Neves, sem divulgar mais pormenores sobre esta matéria.
O governante atribuiu ainda o aumento do número de acidentes rodoviários à “evolução económica” do país, já que o “consumo de gasóleo aumentou” e “houve mais tráfego nas estradas”, embora tenha frisado que “isso não é desculpa” para haver mais mortalidade.
Também presente na cerimónia em Évora, o presidente da ANSR, Jorge Jacob, considerou “indiscutível” o agravamento dos números da sinistralidade rodoviária, muito devido aos acidentes ocorridos “em março/abril” e cuja tendência se manteve até agosto.
“A partir daí regressámos aos números normais, portanto, em setembro/outubro, os números que temos são idênticos ou quase aos do ano anterior”, disse, indicando que, caso não se verifiquem “grandes acidentes em novembro e dezembro”, 2017 vai fechar com “um agravamento” face a 2016, mas “não tão significativo como se poderia esperar”.
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