Hacker do Benfica pede para não regressar a Portugal: «É uma questão de vida ou de morte»

O Hacker do Benfica está a ser ouvido no Tribunal Metropolitano de Budapeste. Rui Pinto está em prisão domiciliária naquele país.

Hacker do Benfica pede para não regressar a Portugal: «É uma questão de vida ou de morte»

O hacker do Benfica chegou esta terça-feira, 5 de março, ao Tribunal Metropolitano de Budapeste onde está a ser ouvido. Se Rui Pinto, que está em prisão domiciliária naquele país, for extraditado para Portugal será imediatamente detido.

O português afirma que não quer voltar para Portugal e diz ser «uma questão de vida ou de morte».

Rui Pinto foi detido em 16 de janeiro, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por duas situações: acesso aos sistemas informáticos do Sporting Clube de Portugal (SCP) e do fundo de investimento ‘Doyen Sports’ e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de jogadores do SCP e do então treinador Jorge Jesus, assim como de contratos celebrados entre a ‘Doyen’ e vários clubes de futebol.

«Eu vivo em Budapeste desde fevereiro de 2015. Os factos foram cometidos em território húngaro. Nunca recebi nenhum valor monetário pelo que fiz. Tudo o que fiz foi pelo interesse público, porque era necessário expor e levar as autoridades europeias a aperceberem-se da criminalidade à volta do futebol», afirmou Rui Pinto em tribunal, segundo o Correio da Manhã.

«Não posso nem é possível confiar nas autoridades portuguesas. As autoridades portuguesas nunca me tentaram contactar. Sabem a minha morada registada em Portugal, o meu número de telemóvel, mas nunca me enviaram uma carta. Peço à juíza que não me envie para Portugal. É uma questão de vida ou de morte», apelou Rui Pinto.

Hacker terá acedido ao sistema informático da Doyen Sports Investements Limited

Em 13 de fevereiro deste ano, o tribunal húngaro rejeitou o recurso do Ministério Público daquele país para que Rui Pinto passasse a prisão preventiva, mantendo o português em prisão domiciliária, enquanto aguarda o desenrolar do processo de extradição para Portugal, ao qual se opôs.

Rui Pinto terá acedido, em setembro de 2015, ao sistema informático da Doyen Sports Investements Limited, com sede em Malta, que celebra contratos com clubes de futebol e Sociedades Anónimas Desportivas (SAD). O hacker é também suspeito de aceder ao email de elementos do conselho de administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD ‘leonina’. Rui Pinto está indiciado de seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.

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