Incêndio em Pedrógão Grande foi causado por contactos entre vegetação e linha da EDP
O relatório do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais concluiu que o fogo de Pedrógão Grande foi causado por “contactos entre a vegetação e uma linha elétrica de média tensão” da EDP, que “não se encontrava devidamente cuidada”.
O relatório do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais concluiu que o fogo de Pedrógão Grande foi causado por “contactos entre a vegetação e uma linha elétrica de média tensão” da EDP, que “não se encontrava devidamente cuidada”.
“O incêndio mais grave resultou das ignições de Escalos Fundeiros e de Regadas, que, em nosso parecer, terão sido causados por contactos entre a vegetação e uma linha elétrica de média tensão. Esta situação configura, em nossa opinião, uma deficiente gestão de combustíveis na faixa de proteção da linha, por parte da entidade gestora”, lê-se no relatório coordenado por Domingos Xavier Viegas e hoje entregue à ministra da Administração Interna.
O documento, denominado “O complexo de incêndios de Pedrógão Grande e concelhos limítrofes, iniciado a 17 de junho”, sustenta que “com a diferença de cerca de uma hora e meia, esta linha terá produzido descargas e causado as ignições que deram origem aos dois incêndios”.
O mesmo estudo precisa que “as faixas de proteção da rede elétrica de média tensão gerida pela EDP não se encontram devidamente cuidadas”.
“A falta de manutenção destas faixas faz com que existam ao longo dos muitos quilómetros de linhas que percorrem todo o território e o abastecem de energia elétrica, pontos ou zonas em que a distância entre os cabos e a vegetação é inferior à requerida para que em dias de vento o movimento dos cabos e da vegetação não dê origem a toques entre ambos, que podem originar descargas elétricas e causar incêndios”, alerta o relatório encomendo pelo Governo.
Nesse sentido, aquele centro da Universidade de Coimbra recomenda à EDP que “fiscalize melhor e melhore a exigência dos seus critérios na gestão da vegetação existente nas faixas de proteção das linhas, em percursos que envolvem arvoredo, mesmo que sejam de crescimento lento”.
O relatório sublinha, a este propósito, que “os custos inerentes a estas operações de limpeza serão sempre menores do que os custos sociais que a responsabilidade por causar um incêndio das proporções que teve o incêndio de Pedrógão Grande podem ter”.
O incêndio de Pedrógão Grande deflagrou a 17 de junho, e provocou, segundo dados oficiais, 64 mortos, mas este relatório eleva o número para 65, contabilizando como vítima mortal uma mulher que foi atropelada quando fugia do fogo.
Este fogo foi extinto uma semana depois e alastrou para os concelhos vizinhos.
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