Juíza tenta conter lágrimas ao condenar pais que mataram filho de 10 meses
Bebé tinha mais de 130 ferimentos no corpo. A pélvis estava partida em dois sítios, tinha 71 hematomas e duas queimaduras numa mão. E estava sinalizado pelos serviços sociais. Pais não esboçam reação na leitura da sentença.
Uma juíza esforçou-se ao máximo para segurar as lágrimas enquanto condenava um casal pela morte do filho, de apenas 10 meses. Shannon Marsden, de 22 anos, e Stephen Boden, de 30, mataram Finley Boden. O bebé tinha mais de 130 ferimentos, entre os quais queimaduras e fraturas.
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O julgamento do casal prolongou-se durante quatro semanas e Tipples, a juíza que presidiu o caso, agradeceu aos jurados pela conduta “extremamente impressionante” durante todo o processo. Se a juíza conseguiu segurar as lágrimas, o mesmo não se pode dizer de vários membros do júri, que choraram copiosamente enquanto se conhecia o vericto. Tudo isto fez com que Tipples dispensasse os jurados de voltarem a desempenhar aquela função para o resto da vida. “Dada a extensão deste caso e a terrível natureza dos fatos que tiveram que considerar, eu dispenso-os do serviço de júri para o resto da vida”, disse.
Bebé tinha 71 hematomas e 57 fraturas
Este é um caso, ocorrido em Inglaterra, que está a chocar o mundo. Os pais, consumidores de droga, infligiram mais de 130 ferimentos ao filho. Que estava ainda com pneumonia e uma sépsis no momento da morte. O pequeno Finley tinha no corpo 71 hematomas, 57 fraturas, muitas delas infligidas pouco tempo antes da morte. Realce ainda para queimaduras na mão esquerda, uma delas provavelmente feita com um isqueiro. Tinha também a pélvis partida em dois sítios, na sequência de possíveis pontapés ou pisadelas.
O crime aconteceu no dia de Natal de 2020 e o casal negou sempre as acusações de assassinato, homicídio culposo e causar ou permitir a morte de uma criança. Existem relatos de que, poucas horas depois da morte do filho, o pai foi ouvido a dizer à companheira, ainda no hospital, que ia vender o carrinho do bebé no eBay. À Polícia justificou as palavras como uma forma de aliviar a tensão. Perguntou ainda a um parente o que seria o almoço no dia de Natal. Já a mãe, numa visita ao corpo do filho na capela do hospital, disse: “O teu pai espancou-te até à morte. Não te protegi”, escreve o Daily Star. Existe ainda uma mensagem de texto que o pai enviou dois dias antes da morte do filho. “Quero atirá-lo à parede.”
Indignação por criança ter sido entregue aos pais
Existem ainda outros dados que estão a causar muita indignação. Ainda antes do nascimento de Finley foi emitida uma ordem de proteção à criança. Pois os serviços sociais estavam preocupados com o consumo de drogas por parte dos pais. Uma visita à habitação permitiu detetar o cheiro a droga e buracos nas paredes, que o pai assumiu serem de murros seus. Ainda assim, 10 dias após o nascimento, o casal pede que o filho seja devolvido, mesmo tendo acusado positivo a um teste de drogas.
Um tribunal ordena, apesar dos receios dos serviços sociais, que o bebé seja devolvido aos pais em oito semanas. Dois dias depois de estar com os pais, os serviços sociais observam um galo na cabeça do bebé. É explicado que bateu com a cabeça e a justificação é aceite. Mais tarde, a criança volta a ser vista com lesões. É a última vez que é visto com vida. Seguem-se, alegadamente, três semanas de espancamentos em que o casal não deixa ninguém ver o filho.
Um relatório da assistente social da família havia recomendado uma transição de seis meses – três vezes mais do que o período de oito semanas determinado em uma audiência judicial sobre os cuidados da criança, em outubro de 2020. Uma câmara de vigilância apanha Finley no dia anterior à morte. O casal não esboçou qualquer reação durante a leitura da sentença. Apesar de condenados, os pais ainda não conhecem a pena.
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Texto: Bruno Seruca; Fotos: Reprodução Polícia de Derbyshire
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