Acorda do coma para perder braços e pernas depois de apanhar legionella num concerto

Evelyn Davis acordou do coma sem braços nem pernas depois de ter ficado junto a uma máquina de fumos que propagou legionella, doença mortal transmitida pela água.

Uma aspirante a modelo acordou de um coma de 16 dias para receber a pior notícia de todas. Iria perder as mãos e as pernas depois de apanhar legionella por ter estado num concerto junto a uma máquina de fumos. Evelyn Davis, 22 anos, começou a sentir-se mal poucos dias depois de ter estado num espetáculo de música no Texas, em junho de 2022.

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Os médicos disseram-se “chocados” ao descobrirem que Evelyn tinha contraído a doença dos legionários – Legionella –, que se acreditava ter sido causada por uma “máquina de fumos” infetada com a bactéria mortal. A doença é uma forma grave de pneumonia, que pode ser “contraída pela respiração de pequenas gotículas de água”, de acordo com o SNS norte-americano.

Legionella foi o “caminho para as outras doenças”

Depois de inicialmente sentir-se mal, o estado clínico de Evelyn foi de mal a pior, chegando a ter febre e temperaturas corporais superiores a 40°C. Foi levada de urgência para o hospital e diagnosticada com septicemia e pneumonia. A texana teve falência total de órgãos e entrou em coma. Ao décimo dia de internamento nos cuidados intensivos, o diagnóstico confirmou que a doença mortal legionella se tornara no caminho para as outras doenças que afetavam.

Evelyn também foi medicada com estabilizadores de pressão sanguínea, que acabaram por cortar o fluxo do sangue para as mãos e os pés. Foram retirados 12 dias depois, mas era já tarde. “Os médicos disseram aos meus pais e ao meu marido que eu não iria recuperar-me e que, se acordasse, teria danos substanciais nos órgãos. Acordei e todos os meus órgãos estavam bem”, julgou.

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Desafiando as probabilidades, acordou em 2 de julho, mas percebeu que os seus membros não estavam bem. “Assim que acordei, senti que algo estava errado. As minhas mãos e pernas estavam completamente negras e frias.” No final daquele mês, teve de ser amputada às pernas e aos braços. “Quando recuperei totalmente do coma, estando agora mais consciente, soube que teria de ser amputada, antes ainda que alguém mo dissesse”, suspeitou.

Apesar da perda dos braços das e pernas, Evelyn era inabalável e sabia que tinha de viver a vida da melhor forma possível. “Quando acordei das amputações, pensei ‘ok, é o que é’. Perdi uma parte de im, mas continuo a ser Eu.” A jovem de 22 anos foi informada de que deveria ser “internada numa casa de repouso”, por ter passado a estar “totalmente dependente” e com “raras possibilidades de voltar a andar sozinha”.

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Cheia de “coragem e determinação”, passou por largos meses de reabilitação e deu o primeiro passo em 22 de setembro com os seus novos membros biónicos – próteses de perna de pino e bloqueio e duas mãos BeBionic com 14 padrões de movimento. Evelyn espera retomar o sonho de tornar-se modelo, apesar da deficiência, e obter o diploma de assistente social para poder tornar-se defensora de pacientes no futuro. “Pensei que perderia pessoas e amigos, mas cercaram-me ainda mais do que antes. Estão todos empenhados em garantir que eu não passe por tudo isto sozinha.”

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