Existe diferença entre mulheres e homens na forma de liderança?
Entenda a influência das características neurobiológicas e sociais femininas no contexto corporativo e como a forma de liderança pode ser diferente da dos homens.
No mercado de trabalho, historicamente, os homens dominaram os cargos de liderança. Mas há diferenças entre homens e mulheres na maneira de lidar com os negócios? Como o cérebro de cada género reage perante situações do quotidiano empresarial?
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Um estudo de investigadores brasileiros realizado com o apoio da Logos University International, unidade Miami para o público latino, procurou trazer uma análise teórica sobre as relações complexas entre funcionamento cerebral, género e sucesso empresarial. O objeto de estudo foi a influência das características neurobiológicas e sociais femininas no contexto corporativo, com ênfase na criação de valor e no impulso ao sucesso das organizações.
O estudo Neurobusiness: O diferencial da mulher no mundo empresarial desafia a dicotomia tradicional de diferenças psicológicas entre homens e mulheres. Em vez de perceber-se uma clara divisão, percebeu-se que “as variações comportamentais não são rigidamente determinadas pelo género, mas, antes, pela interação entre características individuais de cada pessoa e influências ambientais – ou seja, da sociedade onde está inserida”, explicita a empresária Sophia Utnick, estudiosa do tema.
A neuroplasticidade do cérebro “é um fator-chave nessa equação”. “Mostra como o cérebro é moldável ao longo do tempo em resposta a diferentes experiências e pressões sociais relacionadas com género”, afirma. Ao procurar entender as nuances da conectividade cerebral, os resultados revelam “algumas diferenças entre alguns homens e algumas mulheres”. Entretanto, ao contrário de indicar uma superioridade de um sexo sobre o outro, essas diferenças “sugerem complementaridade comportamental entre os géneros”.
As mulheres e os homens possuem biologicamente cérebros relativamente parecidos. Mas a neuroplasticidade faz com que os seus comportamentos sejam “muito diferentes”, porque cada género “é criado de maneira diferente”. Isto traz “implicações significativas ao mundo empresarial, especialmente nas esferas de liderança, onde a diversidade de perspetivas pode catalisar a inovação e melhorar a tomada de decisões”, sublinha.
O estudo também desafia estereótipos de liderança tradicionais. “Evidências mostram que boa parte das líderes de sucesso destacam-se por habilidades de comunicação interpessoal, visão ampla para metas realistas e abordagem mais colaborativa”, aponta. Isto – prossegue – “reforça a importância de romper barreiras culturais e perceber todo o potencial das mulheres no ambiente de trabalho”.
“Promover a igualdade de género e oportunidades iguais não apenas é um imperativo ético, mas também um catalisador para equipas mais produtivas e empresas mais bem-sucedidas. É essencial compreender que as diferenças cerebrais não são determinantes rígidos, mas sim interações complexas entre fatores biológicos, sociais e ambientais”, conclui ainda.
Este estudo sugere por isso “uma nova perspetiva sobre liderança e género, sublinhando a importância de abraçar a diversidade cerebral humana para promover um ambiente empresarial mais inclusivo e dinâmico”. Sophia Utnick diz ainda que, apesar destas novas evidências “serão necessários mais estudos para entendermos cada vez melhor as diferenças comportamentais entre géneros”.
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