Moçambique perdeu cinco milhões de euros em casos de corrupção no último trimestre
O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) anunciou que o Estado moçambicano foi lesado em 370 milhões de meticais (cinco milhões de euros) em casos de desvios nos últimos três meses, anunciou o porta-voz da instituição.
O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) anunciou que o Estado moçambicano foi lesado em 370 milhões de meticais (cinco milhões de euros) em casos de desvios nos últimos três meses, anunciou o porta-voz da instituição.
“Geralmente são agentes de departamentos financeiros que se envolvem nestes casos. Eles criam empresas fantasmas ou beneficiam empresas de familiares que nem se quer reúnem requisitos para serem aprovados em concursos”, disse Cristóvão Mondlane, citado hoje pela imprensa moçambicana.
De acordo com aquele responsável, Nampula e Cabo Delgado, no norte de Moçambique, foram as províncias que mais registaram casos de desvios de fundos durante o período.
No total, segundo os dados do GCCC, foram abertos durante o período 284 processos-crime relativos a casos de corrupção, numa lista em que 80% envolveu agentes e funcionários do Estado.
“Estes indivíduos subfacturam e remuneram indevidamente”, lamentou o porta-voz, acrescentando que a instituição continuará atenta a estes casos. Na mesma ocasião, o porta-voz da GCCC anunciou que foram constituídos três arguidos na investigação sobre alegada corrupção na compra, pelas Linhas Aéreas de Moçambique, de duas aeronaves “Embraer”.
“No caso Embraer, estão envolvidos sete países. Em alguns países temos tido sucesso, em cinco deles, e estamos à espera de mais informação. Mas estamos numa fase bem avançada. Já temos, pelo menos, três arguidos constituídos”, afirmou a fonte.
Documentos da justiça brasileira divulgados no final do ano passado revelam que a Embraer terá pagado 800 mil dólares (741 mil euros) a gestores da companhia área nacional Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a um intermediário, também moçambicano, pela venda de duas aeronaves em 2009.
O valor foi depositado numa conta de uma sociedade fictícia propositadamente criada em São Tomé e Príncipe para atuar no esquema de suspeita de corrupção.
O alegado esquema de suborno faz parte de pagamentos ilícitos que a fabricante brasileira terá efetuado em vários países.
Os três arguidos são todos de nacionalidade moçambicana.
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