Morreu Olga Kachura, a “senhora morte” de Vladimir Putin
Olga Kachura nasceu na Ucrânia mas, em 2014, juntou-se às forças separatistas pró-russas. Terá chegado a vestir o uniforme de Kiev para cometer crimes de guerra e desacreditar os militares ucranianos.
Morreu Olga Kachura, conhecida como a “senhora morte” de Vladimir Putin e que não se coibiu de afirmar que “gostava de disparar contra ucranianos“. Trata-se da primeira mulher pertencente a uma alta patente das forças russas a perder vida na Ucrânia, após um ataque com mísseis na cidade de Horlivka, em Donetsk. A Ucrânia não reivindicou o ataque, mas a Rússia alega que o disparo partiu das tropas ucranianas. De acordo com o Telegraph, o Presidente russo já assinou um decreto que lhe o título de Heroína da Rússia, a mais alta condecoração militar a título póstumo, em homenagem à “sua coragem e heroísmo enquanto desempenhava o seu dever militar”.
Olga Kachura morreu quando estava a conduzir em Horlivka. A mulher de 52 anos era a chefe da divisão de artilharia e foguetes da autoproclamada República Popular pró-russa de Donetsk. Foi polícia durante quase toda a vida e, em 2014, quando a Rússia lançou uma ofensiva no leste da Ucrânia, decidiu juntar-se a um batalhão para lutar contra as forças de Kiev. “Gosto de disparar contra ucranianos”, assumiu Olga Kachura numa entrevista à televisão estatal russa citada pelo mesmo jornal. Na sua última entrevista, foi ainda mais longe e disse não estar somente a lutar contra os ucranianos. “Estou a lutar contra a NATO”, atirou.
Odiada por uns, amada por outros
Para Olga Kachura, valia tudo no terreno. As Forças Armadas ucranianas acusam-na de se disfarçar com a farda militar da Ucrânia para cometer crimes de guerra. Por integrar grupos terroristas e por todos os crimes de guerra que cometeu desde 2014, os tribunais ucranianos condenaram-na, em janeiro deste ano, a 12 anos de prisão, num julgamento à revelia, o que fez com que Olga Kachura nunca chegasse a cumprir a pena. Se por um lado era odiada pelo regime de Volodymyr Zelensky, por outro, era vista como uma heroína pelas forças independentistas do leste da Ucrânia.
Margarita Simonyan, editora-chefe do canal de televisão Russia Today e uma das principais propagandistas do Kremlin, prestou homenagem a Olga Kachura, uma mulher “lendária”, saudando a iniciativa do Presidente russo em considerá-la uma heroína. “Estes são os nossos heróis comuns.” Desde o início da guerra na Ucrânia, já morreram 97 altas patentes pertencentes a forças pró-Rússia.
Foto: Reprodução YouTube
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