Incêndio durante casamento no Iraque provoca 114 mortos

Pelo menos 114 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas num incêndio que deflagrou numa festa de casamento em Hamdaniyah, uma pequena cidade no norte do Iraque, anunciaram as autoridades.

Incêndio durante casamento no Iraque provoca 114 mortos

“O número de mortos é de 114 e há mais de 200 feridos”, disse o governador da província de Nínive, Najim al-Juburi, em declarações à imprensa sobre as consequências do incêndio. O Ministério da Saúde do Iraque afirmou que “a situação está sob controlo” e que está a utilizar “todas as suas capacidades” para cuidar dos feridos.

A Proteção Civil iraquiana disse ter sido “usado fogo de artifício, durante o casamento, o que causou um incêndio no local”. O fogo levou à “queda de partes do teto”, devido à utilização de materiais de construção altamente inflamáveis e que violam as normas de segurança”, acrescentou, numa nota enviada à imprensa.

No principal hospital de Hamdaniyah, uma cidade predominantemente cristã, a leste de Mossul e a cerca de 335 quilómetros a noroeste de Bagdade, um fotógrafo da AFP viu várias ambulâncias a chegar. No pátio do hospital, encontravam-se dezenas de pessoas, entre familiares de vítimas e moradores, para doar sangue.

Na divulgação de um primeiro balanço, que apontava para 100 mortes e mais de 150 feridos, Najim al-Juburi tinha dito que alguns dos feridos foram transferidos para hospitais regionais e alertado que o número de mortos ainda poderia aumentar. O primeiro-ministro do Iraque, Mohamed Shia al-Sudani, ordenou a mobilização de todos os recursos para ajudar as pessoas afetadas.

No Iraque, as normas de segurança são pouco respeitadas, quer no setor da construção quer no setor dos transportes. O país, com as suas infraestruturas em mau estado após décadas de conflito, é regularmente palco de incêndios ou acidentes domésticos fatais.

O incêndio foi o mais recente desastre a atingir a minoria cristã do Iraque, que ao longo das últimas duas décadas tem sido alvo de violência por parte de fundamentalistas, primeiro da Al-Qaida e depois do grupo militante Estado Islâmico.

Embora as planícies de Nínive, a pátria histórica dos cristãos do Iraque, tenham sido recuperadas ao grupo Estado Islâmico há seis anos, algumas cidades ainda estão maioritariamente em escombros e carecem de serviços básicos.

Muitos cristãos partiram para a Europa, Austrália ou Estados Unidos. O número de cristãos no Iraque é atualmente estimado em 150 mil, em comparação com 1,5 milhões em 2003. A população total do país é superior a 40 milhões.

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