Ordem dos Advogados exige ao Governo atualização de honorários de defesas oficiosas

A Ordem dos Advogados exigiu ao Ministério da Justiça a atualização da tabela de honorários das defesas oficiosas, abrindo a possibilidade aos advogados de não se manterem inscritos nas escalas para os tribunais.

Ordem dos Advogados exige ao Governo atualização de honorários de defesas oficiosas

Num comunicado publicado no ‘site’, cuja página de abertura apresenta a mensagem “A tabela de honorários do acesso ao direito não é atualizada há” e um contador que indica já 19 anos, nove meses e dois dias, a bastonária e o Conselho Geral da OA assumiram que as negociações com o Governo para a atualização dos honorários no Sistema de Acesso ao Direito e Tribunais (SADT) “não estão a decorrer com a prioridade que o assunto impunha”.

Segundo a nota divulgada, o Ministério da Justiça não demonstrou até agora “intenção de acomodar” uma alteração dos valores da tabela de honorários no próximo Orçamento do Estado, pelo que a OA decidiu “avançar com diversas ações de protesto, para fazer perceber ao Ministério da Justiça e ao Governo a urgência neste assunto”, criticando “a continuidade do desrespeito” pelos profissionais.

“Deve ser dada a possibilidade à advocacia de decidir se quer ou não manter-se inscrita nas escalas do SADT nestas condições”, referiu o comunicado, acrescentando: “Poderão e deverão, individualmente, caso entendam que a remuneração atual não é proporcional aos serviços prestados, não se inscrever nas escalas presenciais e de prevenção no âmbito do SADT, dando sinal claro ao poder político”.

A nota da OA sublinhou também que vão ser abertas em breve inscrições exclusivamente para escalas presenciais e de prevenção para o período de um mês e que no final de setembro voltam a ser abertas inscrições para estas escalas, esperando que nessa altura já exista “uma tabela que dignifique o exercício da profissão”.

A bastonária, Fernanda Almeida Pinheiro, e o Conselho Geral da OA, liderado por Paulo Sá e Cunha, salientaram ainda que a possibilidade de não inscrição para as escalas deve ter o menor impacto possível em termos financeiros para estes profissionais (a grande maioria a exercer de forma individual) e que uma nova inscrição não tenha consequências disciplinares.

Apesar de sublinhar que não tem poder para “parar unilateralmente” o SADT, a OA vincou a necessidade de união na classe para “enviar esta mensagem ao poder político”.

JGO // ZO

By Impala News / Lusa

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