Padre pede que fumadores levem beatas porque já tem muitas na capela
Confessando já ter problemas que cheguem com “beatas”, o capelão do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho pede, em mensagem pedagógica e divertida, espalhada pelo hospital, que os fumadores “levem as suas” para fora deste.
Talvez a ideia lhe tenha surgido do Espírito Santo, contou à Lusa Albino Reis, capelão no hospital há 16 anos, mas a verdade é que, após a fixação de cartazes a apelar aos fumadores para não deitarem os maços de tabaco e as pontas de cigarro para a via pública, este comportamento “pouco cívico” diminuiu, pelo menos, em redor da capela, sublinhou. “À volta da capela, pelo menos, resultou. Agora não se veem beatas de cigarros por lá, mas as outras continuam”, disse em jeito de brincadeira.
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“Já tenho problemas que cheguem com BEATAS. Por favor, leve as suas daqui para fora (e leve também os maços de tabaco vazios). OBRIGADO”, esta é a mensagem assinada pelo capelão, também pároco em Vilar de Andorinho, Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, espalhada pela unidade de saúde.
Albino Reis confidenciou que, diariamente, pessoas lhe falam na mensagem e na forma “divertida e pedagógica” que arranjou para contrariar uma “tendência pouca cívica e educada”. Não sendo contra os fumadores, porque também ele fuma, o padre lembrou que “não vale tudo” e que o espaço é de todos, tendo de ser bem tratado por todos.
E é por o espaço ser de todos que o pároco decidiu “espalhar a palavra”, não de Deus, mas a sua, para combater esta “falta de civismo”. “Sempre me causou alguma indignação esta situação. Primeiro, o facto de as pessoas fumarem no espaço do centro hospitalar, local onde se tratam doenças, e, depois, atirarem as beatas e os maços de tabaco vazios para o chão quando, por vezes, têm cinzeiro e caixotes do lixo a dois palmos”, referiu.
Para as “beatas da Igreja” a mensagem ainda não surtiu efeitos
O objetivo não é que as pessoas deixem de fumar, mas terem mais atenção a esta questão e, para já, acho que a mensagem passou “claramente” porque as beatas, só as dos cigarros, deixaram de aparecer em redor da capela. Já para as “beatas da Igreja” a mensagem ainda não surtiu efeitos, assumiu a brincar, acrescentando que o trocadilho apenas teve por objetivo “divertir e chamar à atenção” das pessoas para a situação em causa, sem ofender quem quer que seja.
A 19 de julho, o Parlamento aprovou um projeto de lei que pune com coimas entre 25 e 250 euros quem atirar pontas de cigarro para a via pública. O texto final com alterações ao projeto original do PAN, votado em plenário, teve o voto contra do PCP e os votos a favor do PS, PSD, Bloco de Esquerda, CDS-PP, Verdes e PAN.
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