Pandemia acelerou envelhecimento do cérebro dos adolescentes

Pandemia e isolamento social prejudicaram saúde mental da sociedade como um todo. No entanto, impactos negativos podem ser mais intensos entre os adolescentes.

Pandemia acelerou envelhecimento do cérebro dos adolescentes

A pandemia e o consequente isolamento social foram “extremamente prejudiciais para a saúde mental da sociedade” como um todo. No entanto, esses “impactos negativos podem ser mais intensos entre os adolescentes”, de acordo com Fabiano de Abreu, neurocoentista.

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É o que indica a nova pesquisa realizada por um grupo de cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e publicado pela revista científica Biological Psychiatry: Global Open Science. O estudo indica que “o isolamento social causado pela pandemia estimulou o envelhecimento precoce em “cerca de três anos nos jovens”.

Foram analisados dados de ressonâncias magnéticas de um grupo de 128 adolescentes durante o primeiro ano de pandemia e determinou-se que houve alterações no desenvolvimento de áreas importantes do cérebro, como hipocampo, amígdala e córtex cerebral, “responsáveis por funções como memórias, sentimentos, linguagem e perceção social”.

Pandemia pode ter causado depressão, ansiedade, doenças cardíacas e dificuldade em lidar com emoções nos adolescentes

Estas alterações estão normalmente “relacionadas com situações traumáticas, como violência, dependência e disfunções familiares, causando por norma “doenças como depressão, ansiedade, doenças cardíacas e dificuldade em lidar com emoções”.

Este envelhecimento acelerado pode causar uma série de problemas durante a vida dos jovens, “como alerta o Pós PhD em neurociências”, Fabiano de Abreu Agrela. “O envelhecimento precoce do cérebro de adolescentes é uma situação séria, pois desenvolve de forma anormal áreas do cérebro responsáveis por importantes funções como a formação de memórias e regulação de emoções, ter alterações nessas funções pode significar uma estimulação ainda maior ao aumento de casos de ansiedade e depressão entre os jovens”, explica.

O estudo não indica se as alterações são permanentes. No entanto, as mudanças não foram identificadas em grupos de outras faixas etárias, de acordo com os responsáveis pela pesquisa. Depois de os participantes completarem 20 anos serão reanalisados para identificar como os impactos se mantêm a longo termo.

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