Três portugueses mortos pelo mau tempo na Venezuela
O número de portugueses que morreram devido ao mau tempo que afetou a localidade venezuelana de Tejerías subiu para três, havendo ainda um luso-descendente desaparecido, disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
“Podemos fazer neste momento um ponto de situação e lamentar infelizmente três pessoas, portuguesas e luso-descendentes, que perderam a sua vida nestas enxurradas em Las Tejerías. Temos ainda uma pessoa luso-descendente que está desaparecida mas ainda não podemos confirmar mais nada, porque a situação no local ainda é bastante complexa, na acessibilidade, na informação, nos trabalhos de limpeza e de resgate que estão a ser realizados”, disse Paulo Cafôfo sobre o número de portugueses que morreram devido ao mau tempo que afetou a localidade de Tejerías, na Venezuela, subiu para três.
Paulo Cafôfo falava à Agência Lusa à margem de um encontro, na Casa Portuguesa de Arágua, em Maracay, com portugueses afetados pelo mau-tempo em Tejerías.
“O Governo português e eu, através da minha presença cá na Venezuela e dos serviços da Embaixada e dos serviços consulares, temos acompanhado desde a primeira hora esta situação em La Tejerías e a situação da comunidade Portuguesa. Os nossos serviços, bem como os consumidores bem como os cônsules honorários tem sido e inexcedíveis neste contacto de proximidade, de acompanhamento e apoio a esta nossa comunidade que são à volta de 300 pessoas que vivem nesta região”, disse.
O SEC frisou que não pode “deixar mais uma vez de endereçar às famílias e aos amigos que neste momento muito difícil atravessam uma grande consternação e aqui o abraço solidário meu, pessoal, e do Governo português com as sentidas condolências para estas famílias e para estas essas pessoas”.
“Neste momento, os serviços da nossa secretaria e embaixada, contactaram já com 30 portugueses para averiguar a situação e os danos e prejuízos nas suas vidas. Desses 30 contactos temos já 16 empresários, 16 negócios que foram afetados, alguns deles na sua totalidade”, frisou.
Paulo Cafôfo precisou ainda que “temos também três habitações que foram danificadas, com estragos consideráveis, aquilo que estamos a fazer é o levantamento destes prejuízos porque é a única forma que temos de saber, em termos de danos, quais foram as consequências, mas também quais as necessidades destas mesmas pessoas”.
“Houve no início saques aos negócios. Essa situação está felizmente mais estabilizada e nas últimas horas, no último dia, não te havido essa situação, portanto, está mais segura a zona”, disse.
Segundo o SEC “há falta de tudo, não há água, gás, não há alimentos. Felizmente as autoridades venezuelanas têm levado alimentos, têm distribuído água, o que obviamente acaba por ser algo fundamental nestes dias que temos vivido depois desta tragédia e aquilo que o Governo português agora neste momento está a fazer é este acompanhamento pessoal, próximo das pessoas, mas também tentar aferir a dimensão dos danos”.
“A principal queixa que estas pessoas aqui fizeram foi que querem é ver restituída a sua atividade comercial para poderem voltar a trabalhar e terem o sustento da sua vida. Esta é a sua principal preocupação, explicou.
Por outro lado, precisou que “há também casos de necessidade de medicamentos e vamos tentar ver em que medida, até porque o Governo português tem aqui na Venezuela uma rede de médicos que têm prestado auxílio em termos de saúde e também temos trazido, ao longo dos últimos anos, duas toneladas de medicamentos e portanto temos já aqui essa estrutura montada e que será muito útil nesta fase para fazer chegar esses fármacos às pessoas”.
“Há também uma pessoa que deseja voltar a Portugal ser repatriada para o Portugal e portanto vamos obviamente tentar que isso seja possível e esta ajuda que é necessária vamos procurá-la porque as pessoas merecem, são pessoas que tiverem uma vida de trabalho”, disse.
O SEC frisou ainda que “estamos a falar aqui de negócios de 40 e 50 anos, empresas portuguesas com esta idade. Estamos a falar de pessoas que aquilo que desejam é voltar à sua vida normal e o Governo português, não só na sua estrutura que tem aqui na Venezuela, mas também através de contactos com o Governo da Venezuela vamos procurar assegurar que esta pessoas possam o mais rapidamente voltar à sua vida normal”, disse recordando que “ainda estamos numa fase preliminar de levantamento dos danos e dos estragos’.
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