«Teremos de pagar», diz advogado. «Paga em dinheiro», responde Trump sobre ex-modelo da Playboy
O jornal The New York Times revelou gravações de conversas entre Trump, um dos seus advogados e uma ex-modelo da Playboy, para cobrir um caso ocorrido em 2006.
No passado sábado, dia 21 de julho, o Presidente dos EUA, Donald Trump, considerou ser «inconcebível que um advogado grave um cliente», relativamente ao alegado registo de uma conversa por parte do advogado de Trump sobre pagamentos a uma antiga modelo da Playboy.
Na página de Twitter do chefe de Estado norte-americano, Trump referiu ser «possivelmente ilegal» a alegada gravação que Michael Cohen, advogado profissional do Presidente dos EUA, fez, antes das eleições presidenciais, em que ambos se referiram a pagamentos a uma ex-modelo da Playboy que dizia ter tido um caso com Donald Trump.
«É ainda mais inconcebível que um advogado grave um cliente», disse Donald Trump no Twitter.
Inconceivable that the government would break into a lawyer’s office (early in the morning) – almost unheard of. Even more inconceivable that a lawyer would tape a client – totally unheard of & perhaps illegal. The good news is that your favorite President did nothing wrong!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 21 de julho de 2018
What kind of a lawyer would tape a client? So sad! Is this a first, never heard of it before? Why was the tape so abruptly terminated (cut) while I was presumably saying positive things? I hear there are other clients and many reporters that are taped – can this be so? Too bad!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 25 de julho de 2018
O diário norte-americano The New York Times e o canal CNN, que divulgaram a informação, citam advogados e outras fontes conhecedoras da gravação, apreendida pelo FBI durante uma busca ao escritório de Michael Cohen. No âmbito da investigação pelo seu envolvimento no pagamento a mulheres, o objetivo era silenciar notícias potencialmente prejudiciais para Trump antes das eleições de 2016.
Cohen pode ser ouvido nas gravações a dizer a Donald Trump que ele irá precisar de uma empresa fictícia para combinar esses pagamentos.
Trump: «Qual financiamento?»
Cohen: «Teremos de pagar. Preciso de abrir uma empresa para a transferência de todas essas informações ao nosso amigo David.»
Trump: «Paga com dinheiro.»
Cohen: «Não, não…»
Ouça no vídeo:
O jornal The New York Times até relembra que Michael Cohen já disse que arriscaria a sua vida por Donald Trump. «Eu levava um tiro dado pelo sr. Trump», disse Cohen em entrevistas à Fox News e à Vanity Fair no ano passado.
Todo o universo político e jurídico norte-americano, é conhecido que o atual Presidente dos EUA trata muito mal Cohen, um homem de família com mulher e dois filhos que é conhecido que já se sente «isolado».
Insultos, ameaças de despedimentos são algumas das formas de como o advogado é tratado. «Donald faz de tudo para tratá-lo como lixo», disse Roger J. Stone Jr., o conselheiro político informal e mais antigo de Trump ao jornal The New York Times. Junto de Cohen, Stone era uma das cinco pessoas que originalmente rodeavam Trump quando estava a planear a campanha presidencial antes de 2016.
A investigação criminal federal procura esclarecer se estes pagamentos violaram as leis de financiamento de campanhas eleitorais.
No decurso destas buscas, e segundo referiu o The New York Times na ocasião, os agentes federais também detetaram documentos relacionados com duas outras mulheres, uma delas Kareb McDougal, ex-modelo da Playboy que afirmou ter mantido uma relação de um ano com Trump em 2006 e foi este sábado identificada como a mulher da gravação.
McDougal considerou ser o momento para vender a sua história e optou por conceder uma entrevista por 150.000 dólares (129.000 euros) ao tabloide National Enquirer (da empresa American Media Inc.) cujo diretor executivo, David J. Pecker, é amigo de Trump. Este decidiu não publicar qualquer informação.
Ainda durante a rusga do mês de abril, o FBI confiscou vários documentos que revelavam uma transferência de 130 mil dólares (112 mil euros) do advogado de Trump para a atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels. Com tudo isto, Michael Cohen está a considerar colaborar com as autoridades.
O advogado pessoal de Trump, Rudolfo Giuliani, confirmou ao The New York Times que o Presidente fala na gravação (de menos de dez minutos) com Cohen sobre o pagamento à mulher, mas frisou que o pagamento acabou por não se concretizar, sendo este documento «uma poderosa prova de desculpabilização».
«Nada nesta conversa sugere que [o presidente] teve qualquer conhecimento prévio sobre isto», disse Giuliani, para acrescentar que indicou a Cohen que se tivesse que efetuar um pagamento seria em cheque e não em dinheiro corrente.
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