Acelera o degelo da Antártida
Por causa do degelo, antes do final do século vastas regiões costeiras do globo, onde vivem milhões de pessoas, o poderão ter de ser abandonadas.
Um grupo de investigadores publicou esta semana na prestigiada revista científica Nature o resultado de seu estudo do degelo na Antártida.
Os investigadores revelam que a rapidez do degelo neste continente acelerou, triplicando a sua velocidade nos últimos cinco anos! A velocidade do degelo é a maior desde que há registos e tudo indica que continuará a acelerar se mantivermos a queima de combustíveis fósseis como até aqui.
Por este andar, antes do final do século vastas regiões costeiras do globo, onde vivem milhões de pessoas, poderão ter de ser abandonadas.
Portugal é particularmente vulnerável a este fenómeno, dada a extensa costa que possui
As perdas económicas (e o impacto social) serão tremendas, de tal forma que os gastos actualmente necessários para implementar um abandono célere dos combustíveis fósseis, apesar de parecerem enormes, pouco ou nada são comparado com os prejuízos económicos e o impacto na vida de milhões de pessoas que terão lugar se nada fizermos.
Portugal é particularmente vulnerável a este fenómeno, dada a extensa costa que possui. Aquilo que se passar na Antártida NÃO ficará na Antártida.
Afectará fortemente todo o mundo. Urge pois reduzir drasticamente o uso de combustíveis fósseis. Para conseguir este objectivo a Humanidade terá que trabalhar em coordenação, para remarmos todos no mesmo sentido, dado que nos encontramos todos no mesmo barco.
Degelo não é apenas problema da Antártida e poderá ser crítico para a sobrevivência humana
A União Europeia acaba de aprovar uma meta (obrigatória para todos os Estado-membros) para a percentagem mínima de energias renováveis usadas na UE.
O valor é de 32% até 2030, isto é, em 2030, cerca de 1/3 de toda a energia consumida na UE terá de ser de origem renovável. Embora pareça muito bom e ambicioso (certamente difícil de atingir), este valor fica aquém do que pode prevenir uma catástrofe climática sem precedentes.
Se não reduzirmos a zero as emissões de combustíveis fósseis até 2035-2040, nada poderá deter o aquecimento da Terra em 2, 3, 4, 5 ou mesmo 6 ºC, valores que são incompatíveis com a civilização humana, ou até mesmo com a sobrevivência da espécie humana.
João Yun [professor e investigador, Universidade de Lisboa]
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