Afinal, comer à noite engorda mais?
“Pequeno almoço de rei, almoço de príncipe, jantar de pobre”. A famosa expressão justifica-se pelas necessidades calóricas que vamos tendo ao longo do dia, de acordo com a nossa actividade física e respetivo gasto de energia. Muitas vezes se ouve que “comer à noite engorda”, será mito ou realidade?
Artigo de opinião de Marta Mourão – nutricionista Holmes Place
O processo de ganho de peso tem uma fórmula relativamente simples: basicamente, a ingestão de calorias deve ser inferior ao gasto calórico – não descurando alguma alteração hormonal que possa contribuir para o ganho de peso.
No entanto existem outros factores que contribuem para a variável peso, nomeadamente os fatores que influenciam a regulação do apetite. Entre estes, destaca-se o ciclo circadiano, o nosso relógio biológico diário, que influencia os níveis de algumas hormonas responsáveis pelo controlo do apetite.
A luz é o principal regulador deste sistema, tendo o horário da alimentação também um efeito sincronizador. Esta regulação promove alterações no metabolismo e regulação do peso corporal. A manutenção dos ritmos circadianos no consumo e no gasto energético é essencial para o equilíbrio energético. Pelo contrário, a falha na manutenção rigorosa desta associação afeta adversamente a saúde, podendo levar a obesidade.
Vários estudos mostram que a alimentação e um padrão de refeições regular tem a capacidade de sincronizar o sistema circadiano. Ou seja, a hora do dia a que as refeições são ingeridas pode ter uma influência na regulação do peso individual.
O aconselhamento alimentar tradicional costuma reduzir o consumo de energia à noite. No entanto, não existem explicações científicas que justifiquem uma causalidade direta.
O padrão de voracidade pode favorecer a formação de células de gordura e o aumento de peso. Por isso, para evitar o ganho de peso devemos respeitar este ritmo, controlar a qualidade e quantidade dos alimentos que ingerimos, adaptando-os às nossas necessidades. Não existe um horário fixo que balize entre o que é “ideal para perder peso ou não”; existe, isso sim, o diferencial entre o que se consome e o que se gasta.
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