Corrupção, afinal quem és tu, de onde vens e para onde vais? – A opinião de João Gonzalez
Reza a história que por Abril de 1500 a frota de Álvares Cabral atracou em Terras de Vera Cruz, além do objectivo claro da miscigenação, a tripulação trazia em si outros lemas a querer cimentar, como a tarefa cívica de empreendedorismo no processo de aculturação à portuguesa: a nobre arte da corrupção.
Artigo de opinião de João Gonzalez
Reza a história que por Abril de 1500 a frota de Álvares Cabral atracou em Terras de Vera Cruz, além do objectivo claro da miscigenação, a tripulação trazia em si outros lemas a querer cimentar, como a tarefa cívica de empreendedorismo no processo de aculturação à portuguesa: a nobre arte da corrupção.
É perfeitamente claro e evidente que os brasileiros são corruptos, leia-se os poderes político e empresarial, porque nós os ensinámos a sê-lo. Claro que eles desenvolveram outras artes maiores como os assaltos à mão armada no trânsito citadino, o tráfico de droga nas favelas, mas nós não lhes ficamos nada atrás tanto na técnica de corromper presidentes, chefes de governos e donos de bancos ou nos níveis de prática de violência doméstica, ou não tivéssemos sido nós os seus docentes catedráticos nessas matérias.
Também na área desportiva eles aprenderam rapidamente connosco a corromper árbitros, saciando-lhes a fome com fruta boa e a sede com Moet & Chandon, ou no carteirismo, nomeadamente nas formações intensivas que por lá ministrámos em como fazê-lo nos transportes públicos.
Mas nem tudo é um mar de rosas. Pois é, caro leitor, as nossas estrelas da corrupção, aquém e além-mar estão a desaparecer. Os craques de um lado e de outro estão quase a pendurar as botas. Chefes de governo a contas com a justiça e banqueiros presos ou fora de actividade conduz-nos a sentimentos coincidentes com o fim de carreira de grandes nomes planetários, só nos sobra a arraia-miúda que rouba poucos milhares por dia, enfim, jogadores de 2ªdivisão.
A malta gosta é dos gajos que roubam milhões, certo? Porque se nao gostássemos deles não votaríamos neles, correcto? Ou não punhamos as nossas economias nos bancos deles…
Essa plebe da corrupção não nos diz nada. Onde andam os caça-talentos de corruptos a sério? Ainda não existem cursos profissionais para formar corruptos sérios e impolutos ou academias de talentos para gente tão necessária à sociedade?
Depois ainda se admiram que as taxas de abstenção estejam no nível que estão…
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